8 em cada 10 consumidores que atrasaram contas em abril são reincidentes, aponta indicador da CNDL/SPC Brasil
O indicador mostra que houve crescimento de 1,99% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados nos últimos 12 meses
ShutterstockMuitos consumidores têm dificuldade em se manter fora dos cadastros de negativação. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que em abril de 2024, do total de negativações, 84,52% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.
Considerando o universo de devedores reincidentes, 59,28% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até abril e 25,24% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 15,48%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.
NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR TIPO
“A grande quantidade de reincidentes diz muito sobre a dificuldade que os inadimplentes têm em sair dessa situação de forma definitiva. Mesmo com queda recente, o número de pessoas que retornam para os cadastros de devedores ainda é muito alto, sinal de que, mesmo com programas e incentivos, as negociações muitas vezes são feitas sem um planejamento adequado. Por isso, a recomendação é que antes de negociar com o fornecedor, o inadimplente faça um levantamento completo da dívida, juntamente com uma programação realista de pagamento”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
REINCIDÊNCIA ACONTECE, EM MÉDIA, APÓS 2,6 MESES DO PRIMEIRO ATRASO
O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 77,5 dias, ou seja: depois de 2,6 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.
Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em abril de 2024, houve uma queda de ‐6,07% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.
“O país teve uma importante melhoria no mercado de trabalho, na renda, nos juros e na inflação, mas os itens básicos estacionaram em um preço que ocupa boa parte do orçamento das famílias, especialmente as de baixa renda e com isso fica mais difícil se organizar para pagar as dívidas. Para mudar esse cenário é preciso tanto uma atuação do poder público quanto uma conscientização dos consumidores. Deve-se atuar na origem do endividamento, seja buscando alternativas para melhoria de renda da população, seja atuando para uma mudança de cultura financeira dos consumidores, com uma melhor educação financeira e priorizando sempre uma reserva de emergência”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES
A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o grupo mais representativo no Brasil em abril foi o de 30 a 39 anos (25,69%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,80% mulheres e 46,20% homens.
NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO
O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,82% da população adulta.
VOLUME DE BRASILEIROS QUE QUITARAM DÍVIDAS CRESCE 1,99% EM ABRIL
Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em abril de 2024, houve crescimento de 1,99% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.
NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO
O crescimento do indicador acumulado em 12 meses se concentrou no aumento da recuperação de consumidores que levaram de 1 a 3 anos (23,46%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.
NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO POR TEMPO PARA PAGAMENTO
O levantamento ainda mostra que entre os devedores que recuperaram crédito em abril, 23,90% têm entre 50 e 64 anos. Outros 21,07% estão na faixa de 40 a 49 anos e 20,07% possuem idade de 30 a 39 anos. O Indicador de Recuperação de Crédito aponta que não há diferença significativa entre os gêneros: 52,25% dos que pagaram as dívidas são mulheres, ao passo que 47,75% são homens.
NÚMERO DE PESSOAS QUE REPUPERARAM O CRÉDITO POR FAIXA ETÁRIA E SEXO
Em abril de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.345,62 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 59,93% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.
NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO POR VALOR TOTAL PAGO
Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para a sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.