27 abr, 2025
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80% das equipes desejam empresas mais sustentáveis

Estudo pioneiro da Economics of Mutality Solutions (EoM), em parceria com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), aponta que apenas 30% dos entrevistados acreditam que as empresas onde trabalham são sustentáveis, mas 78% gostariam que fossem sustentáveis.

Luiz Macartti: “Se não implantar o ESG por consciência, será por conveniência, para falar com os meus clientes; ou por constrangimento, porque todos estão aderindo”

Estudo pioneiro da Economics of Mutality Solutions (EoM), em parceria com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), aponta que apenas 30% dos entrevistados acreditam que as empresas onde trabalham são sustentáveis, mas 78% gostariam que fossem sustentáveis. O levantamento conversou com as equipes de vendas de 50 negócios de distribuição. A maioria dos entrevistados eram homens, entre 30 e 50 anos. As pessoas ouvidas não tinham cargo de gerência.

Outros dados do estudo mostram que 70% dos entrevistados recomendariam seu trabalho para outra pessoa, mas apenas 38% estão altamente satisfeitos com a renda adquirida nesse trabalho. Quanto ao crescimento do negócio, 81% dos respondentes acreditam que crescerá, em média, 79% nos próximos três anos, o que resultará no aumento da renda.

Os resultados da pesquisa foram apresentados no painel “Agenda ESG: revolução nos negócios e na sociedade”, que aconteceu ontem (7), em Atibaia (SP), na 41ª Convenção Anual do Canal Indireto, evento anual organizado pela ABAD. O objetivo do levantamento foi identificar como estão as práticas de ESG (meio ambiente, social e governança) nas empresas pesquisadas.

“Para uma primeira pesquisa, nós não esperávamos um resultado tão positivo como esse. Mas sempre podemos melhorar, e quanto mais energia implementarmos nessa área, mais a gente pode estar melhorando”, disse Leonardo Miguel Severini, presidente da ABAD.

Para Guilherme Brammer, o momento atual é de transição entre a economia linear e a economia circular

Durante o painel, o vice-presidente da Associação, José Luiz Turmina, anunciou que a entidade vai criar um comitê direcionado para o tema. “A ABAD pretende, nos próximos meses, fazer um comitê de ESG, aproveitando tudo que a gente aprendeu nessa pesquisa. Essa conversa já está entre nossos diretores”, contou.

Cultura organizacional
“O termo ESG surgiu a partir de uma carta do americano Larry Fink para os CEO’s do fundo Blackrock, onde o autor fez um link entre a proteção do meio ambiente e os impactos sociais com governança corporativa de qualidade, suportados por uma estratégia de longo prazo”, detalhou o mediador do painel Luiz Marcatti, da consultoria Mesa Corporate Governance. “Não se trata apenas de ganhar dinheiro, mas da maneira que você o faz, pensando em todos ao redor”, acrescentou.

Para Marcatti o ESG é um caminho inevitável para os negócios. “Se não implantar por consciência, será por conveniência, a fim de falar com os meus clientes; ou por constrangimento, porque todos estão aderindo”, ressaltou.

A armadilha do Green Washing também foi discutida no painel. O fenômeno acontece quando a empresa faz boas campanhas de comunicação divulgando ações de ESG que, na prática, nunca implantou. “O Green Washing vai ser prejudicial a longo prazo, quando os clientes verem que na prática nada está sendo feito”, finalizou Luiz.

O momento atual é de transição entre a economia linear e a economia circular. Na primeira, o ciclo dos produtos é curto, porém a degradação ambiental dura milhares de anos. Já na economia circular, tudo é matéria prima para algum ecossistema: os produtos são sempre reaproveitados, gerando economia de gastos e um melhor cuidado com o nosso meio ambiente.

Luana Borges falou das ações de ESG da P&G

“A economia circular precisa de conexões. Ninguém consegue sozinho mudar um modelo de negócio. É preciso plugar parceiros, cada um com sua inteligência e capacidade para juntos conseguir criar esse ecossistema”, avaliou Guilherme Brammer, CEO da Boomera, também presente no painel.

A P&G tem investido em iniciativas para multiplicar esforços e ajudar comunidades brasileiras. Um exemplo é a campanha “Menina ajuda Menina”, organizada pela Always no último ano, por meio da qual foram doados 1.8 milhão de absorventes a fim de combater a pobreza menstrual. Também são realizadas ações para ajudar as cidades atingidas pelas chuvas em todo o país.

“A P&G possui o projeto Match do Bem, onde você pode apresentar o seu projeto para conseguirmos, juntos, ajudar mais gente. Ainda temos muito a fazer”, disse Luana Borges, que representou a companhia no evento.