O presidente da CNDL, José César da Costa, cobrou durante live com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e parlamentares, realizada no dia 20 de maio, medidas que facilitem o acesso ao crédito aos empresários, principalmente os micro e pequenos, afetados pela crise causada pela COVID-19.
A reunião, realizada pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), contou ainda com a participação do presidente da Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS), deputado Efraim Filho e de representantes de entidades do setor de comércio e serviços.
O presidente da CNDL destacou que, de acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, dos 38% dos pequenos empresários que já buscaram crédito nesse período de crise causada pela COVID-19, somente 14% tiveram o pedido aprovado pelas instituições financeiras. Dos outros 86%, 58% já tiveram o pedido negado.
“Temos percebido uma grande dificuldade por parte dos empresários, principalmente dos micro e pequenos, no acesso aos créditos disponibilizados pelo governo federal, é importante que esse acesso seja desburocratizado. Os empresários não estão conseguindo crédito com os bancos públicos”, afirmou Costa.
Rodrigo Maia afirmou que o governo deveria tomar para si todos os riscos de empréstimo às empresas do país.
“Sempre defendi que esse risco deveria ser assumido 100% pelo governo, o empresário depois vai ter interesse em pagar essa dívida. Ninguém tem o interesse de ficar sem pagar conta, pelo contrário. O dinheiro não está chegando na ponta porque, ao colocar os bancos na história, eles utilizam os filtros que estão acostumados”, comentou Maia.
O deputado Efraim Filho concordou e citou os exemplos de outros países que deveriam ser seguidos pelo Brasil.
“Esse é um problema que tem acometido os empresários em vários países. Nosso dever é encontrar uma solução aqui no Brasil, uma modelagem que funcione de forma mais concreta. Temos que pegar os exemplos dos EUA e de outros países que têm liberado ajuda financeira a diversos setores”, afirmou o deputado.
Segundo Maia, o Congresso Nacional deu ao governo “todos os instrumentos necessários para esse enfrentamento da pandemia”, mas nem todos foram utilizados da melhor forma.
Ele mencionou a Medida Provisória 944, que liberou cerca de R$ 36 bilhões em recursos para empresas com faturamento de R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano quitarem suas folhas de pagamento. “Amigos meus, empresários, dizem que esse dinheiro não chega para eles”, comentou. “Então, não adianta porque não está tendo efeito.”
“Já aprovamos muita coisa, e sabemos que temos um papel importante de suprir as necessidades urgentes da população e garantir a capacidade do estado de emitir dívidas e financiar os gastos nessa crise.”
Maia comentou que se dependesse do Congresso Nacional, mais dinheiro seria destinado ao enfrentamento da covid-19. “Mas a equipe econômica é muito conservadora”, disse.