Copa do Mundo influenciará gastos do consumidor brasileiro
Pesquisas demonstram interesse dos brasileiros em investir para acompanhar o torneio em dezembro; especialista em Big Data comenta cenário para bares e restaurantes interessados em atuar no delivery.
Pesquisas demonstram interesse dos brasileiros em investir para acompanhar o torneio em dezembro; especialista em Big Data comenta cenário para bares e restaurantes interessados em atuar no delivery
Uma pesquisa realizada em parceria entre a Nielsen e a Toluna com 2 mil brasileiros em julho deste ano mostrou que 50% dos brasileiros pretendem fazer compras na Black Friday para acompanhar a Copa do Mundo, que ocorre nos meses de novembro e dezembro. Ainda de acordo com a Nielsen, os brasileiros são os maiores interessados por futebol no planeta. Em porcentagem, os três primeiros são Brasil (65%), Itália e Espanha (ambos com 57%).
Com a expectativa cada vez mais alta, setores da economia além do varejo começam a se preparar para buscar receitas e engajar clientes com o evento que tradicionalmente mobiliza inclusive quem não acompanha o futebol rotineiramente. O delivery, por exemplo, verá um cenário novo, após o crescimento da demanda iniciado nos primeiros anos da pandemia de Covid-19.
Segundo informações da GS&NPD e do Instituto Food Service Brasil, gastos com delivery somaram R$ 40,5 bilhões em 2021, com mais de 2,2 bilhões de acessos aos apps especializados. Se, em 2018, a tradição de frequentar bares e eventos foi mantida, em 2022, a praticidade de fazer pedidos de diversos itens em casa pode unir mais famílias e amigos.
Para o especialista em análise de dados da Ray Consulting, Guilherme Bastos, os números superlativos mostram uma tendência, mas cabe ao empresário, dentro do seu nicho, analisar em que medida pode lucrar e quais serão as demandas para seu estabelecimento. Para ele, é essencial analisar itens como promoções, logística e projeção de estoque.
“A movimentação do consumidor está mais dinâmica e nichada do que em outras Copas. É preciso estar atento à demanda. Além disso, apps de delivery devem ser o foco da demanda dos que ficarão em casa. Ter o domínio de informações de consumo da cidade de atuação até o nível bairro é de grande importância”, afirma Bastos.
O profissional afirma que não se discute a necessidade de minerar dados do setor em que a empresa atua. Ao seu ver, a análise assertiva dessas informações pode ser um diferencial no período da Copa. Ele cita, por exemplo, o data driven como método capaz de aumentar o lucro, além de adquirir e reter clientes.
Na prática, profissionais especializados em Big Data estão mais habituados com o termo, que consiste basicamente em apresentar insights que orientam decisões de empresas dos mais diversos segmentos. Para o contexto de bares e restaurantes que planejam investir no delivery para o mês de dezembro, o profissional afirma que já é o momento.
“Percebemos que as empresas querem sair na frente, assim como na Black Friday, não querem ser mais uma entre os concorrentes. Estão buscando informações mais concretas sobre hábitos de consumo, modelo de divulgação, além da estruturação dos dados que a empresa gera”, comenta.
Por fim, o profissional da Ray Consulting pondera que o evento esportivo pode trazer mais oportunidades que a Black Friday, que ocorre em novembro: “A Copa do Mundo dura três semanas, não apenas um dia. É quase um mês inteiro de oportunidades de posicionamento e aumento de receita”, finaliza.
Fonte: Agência DINO