Educação Empreendedora transforma a realidade de alunos de baixa renda
Projeto realizado pelo Sebrae em Montes Claros (MG) possibilitou o desenvolvimento de competências e habilidades, abrindo mais oportunidades para alunos do Ensino Médio.
Em 2023, o PNEE (Programa Nacional de Educação Empreendedora) do Sebrae completa 10 anos de transformação social na vida de alunos e professores de escolas e universidades que estão implementando conteúdos sobre empreendedorismo em sala de aula. Neste 11 de agosto, quando se comemora o Dia do Estudante, a ASN inicia a publicação de uma série de reportagens sobre a iniciativa do Sebrae, que já chegou a mais de 5,3 mil municípios e contemplou mais de 12,4 milhões de atendimentos a estudantes e a 758 mil professores.
Um desses educadores alcançados pela iniciativa é Sande Almeida, professora de Língua Portuguesa em Montes Claros (MG). Enviada à escola estadual Américo Martins, na periferia da cidade, ela chegou à conclusão de que apenas o ensino convencional não ajudaria a instituição a superar os inúmeros problemas enfrentados pela comunidade local, a começar pela falta de perspectivas de vida e de objetivos por parte dos alunos.
“Eles não apresentavam interesse pela escola e os professores não conseguiam dar aulas”, lembra a educadora. Foi então que a professora procurou o auxílio do Sebrae para aprender técnicas que ajudassem os alunos a desenvolver habilidades e competências empreendedoras.
“De 2016 pra cá, já percebemos uma mudança nos alunos em relação a ter um novo olhar e ver no empreendedorismo e na educação uma porta de saída”, comenta a professora, que ganhou o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora de Minas Gerais. “A minha forma de ver o ensino mudou muito. Com essa ideia nova de empreendedorismo, dá para fazer algo diferente”, completa.
“Desde quando iniciamos o projeto, a escola tem uma nova cara, tem mais vida. A começar pelos professores que propõem mais projetos e aceitam mais desafios. Além disso, os alunos têm acesso a mais oportunidades, puderam melhorar seus currículos e passaram a ter um comportamento de mais protagonismo”, relata Sande.
Atualmente, a escola desenvolve o projeto Ler, Ouvir e Ser na Comunidade, que tem por objetivo fortalecer a leitura e estimular o empreendedorismo.
Talyta Baleeiro Silva, de 16 anos, foi aluna de Sande e participou do novo projeto. Ela conta que não fazia ideia do que era empreender, além de não acreditar muito em seu potencial. Com as aulas, que são sempre bem movimentadas – com visita a feiras, teatros, cursos fora do ambiente escolar –, a visão da estudante foi se transformando a ponto de começar a empreender. “Eu abri um pequeno negócio de geladinho gourmet, comecei vendendo na escola e agora quero ampliar e divulgar nas redes sociais”, explica. “Foi uma experiência muito boa. Minha vida mudou totalmente. A partir do momento em que eu tive o conhecimento sobre empreender, não quis mais parar.”
Aprendizado
A gerente de Educação Empreendedora do Sebrae, Edleide Alves, ressalta que as habilidades e competências desenvolvidas a partir das oficinas e projetos permanecem por toda a vida dos estudantes.
A escola é um campo fértil para semear ações concretizáveis no presente e no futuro. A educação empreendedora mobiliza saberes, habilidades e atitudes que estimulam uma atuação empreendedora de gestores escolares e professores. Essa prática conecta a escola com o ecossistema de inovação e um ambiente de negócios e transforma, desse modo, a realidade onde os alunos vivem e o próprio processo de ensino.