Movimento Varejo

Efeito fênix: o renascimento das lojas físicas

A pandemia mudou permanentemente a forma de se comercializar. O e-commerce se desenvolveu e as lojas físicas entraram em baixa, e os varejistas precisaram se adaptar.

“O novo tempo já chegou, está presente entre nós, e precisamos nos adaptar a ele. Quem se adapta mais rapidamente tem vantagem frente aos outros. Isso que eu falo é uma percepção sobre o mundo, e o varejo está incluído”, destaca
Janice Mendes, diretora-executiva de Projetos de Gestão em Varejo da Gouvêa Malls.

Janice Mendes: “O varejo físico se adaptou à situação, e agora, está renascendo”

De acordo com a executiva, passados mais de dois anos de pandemia, as lojas físicas voltaram a crescer, com novas propostas e ideias. O saldo entre lojas abertas e fechadas em 2021 foi positivo em vários países. Nos Estados Unidos, foram 9,2% mais lojas abertas; e no Reino Unido, foram 30,6% de novas lojas. Aqui no Brasil, o número é de mais 204 mil empreendimentos comerciais no setor.

“É inegável que durante esse período muitas lojas se foram, mas algumas eram lojas que já estavam para ir, lojas que não performavam tão bem mais. O varejo físico se adaptou à situação, e agora, está renascendo”, afirma diretora-executiva de Projetos de Gestão, que participou da Feira do Empreendedor 2022, realizada pelo Sebrae esta semana.

Inovações
Para conseguir superar as adversidades impostas pela pandemia, o varejo físico precisou se reinventar, e os negócios começaram adotando o conceito de omnicanalidade. Para a especialista, só trabalhando o omnichannel será possível conseguir que sua loja tenha sucesso.

“O mundo não é binário, e no varejo não é diferente. Não é apenas o comércio físico ou o comércio digital funcionando em um período. Eles devem trabalhar juntos para conseguir evoluir da melhor maneira”, explica Janice Mendes.

Hoje, os varejos físico e digital devem estar integrados e em bom funcionamento. Juntos geram mais e melhores resultados para o negócio. Um exemplo de como a omnicanalidade funciona é a jornada de compra.

“Hoje, 72% dos brasileiros pesquisam os produtos que querem comprar antes de ir até a loja física. Já chegam na loja sabendo o que querem. O contrário também acontece: muitos clientes passam em uma loja, veem um produto que os interessa e compra na internet”, aponta a especialista.

A diretora-executiva lembra ainda que as lojas físicas funcionam, atualmente, como prateleiras para as compras online, bem como local de vendas e centro de distribuição. Para que tudo funcione em perfeita harmonia, as funções se ampliaram, de forma que o varejo físico diminuiu suas lojas – e, consequentemente, reduziu custos –, se adaptando a novos locais. Tudo isso sem perder seus clientes.

Casos de sucesso
Janice Mendes lista alguns casos de sucesso, que considera ótimas referências sobre a reinvenção das lojas físicas. Confira:

  1. Magazine Luíza: se transformou em um centro de distribuição. As lojas físicas continuam existindo, mas a sua principal função não é mais apenas vender. É um local de retirada para quem quer ir à loja buscar seu produto e que facilita as entregas por estarem próximas de diversas localidades.
  2. Coco Bambu: desenvolveu uma estratégia diferente para trabalhar a omnicanalidade: em dadas ocasiões, realiza ofertas e promoção, mas apenas para quem pede pelo aplicativo, mesmo que coma no restaurante. Essa opção é ofertada pelos garçons e gera resultados, porque os clientes acabam conhecendo o aplicativo, além de levar outros consumidores ao estabelecimento para aproveitar os descontos.
  3. Tânia Bulhões: a empresa de perfumaria e louças estava com dificuldade para atrair clientes para algumas de suas lojas físicas. Após realização de estudos, entendeu que criar restaurantes que apresentem esses produtos com prateleiras virtuais aos seus consumidores era a melhor maneira de conectar o e-commerce ao físico. O primeiro restaurante será inaugurado no começo de 2023.
  4. Situ Live: é um local que apresenta novas tecnologias e inovações para os seus clientes em um modelo de “degustação”. O intuito é fazer com que as pessoas conheçam as possibilidades por ali e fiquem com o produto na cabeça, vindo a comprá-lo futuramente, na loja física ou digital.

Edição: Fernanda Peregrino

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