Equipes multi-geracionais: estratégias para promover a produtividade
A gestão de equipes multi-geracionais apresenta desafios singulares para os líderes.
ShutterstockEm um cenário empresarial cada vez mais diversificado, times compostos por diferentes gerações tornaram-se frequentes e comuns. Diante dessa realidade, é fundamental que os líderes adotem uma abordagem estratégica para harmonizar as perspectivas e estilos de trabalho diversos, a fim de maximizar a produtividade e promover um ambiente colaborativo de equipes multi-geracionais.
Essa gestão demanda habilidades de liderança sensíveis às nuances de cada grupo etário. A pesquisa “Panorama de Percepção das Lideranças”, realizada pela Sputnik, destaca a complexidade disso, no qual quatro gerações distintas compartilham o mesmo espaço de trabalho. Nesse contexto, os líderes enfrentam o desafio de conciliar diferentes valores, expectativas e formas de comunicação, exigindo uma abordagem flexível e adaptativa para garantir o sucesso das equipes multi-geracionais.
De acordo com Claudia Elisa, conselheira e especialista em transformação de negócios, com foco no desenvolvimento e orientação de líderes, as empresas de todos os setores precisam buscar maneiras de integrar as diversas perspectivas e habilidades das diferentes gerações para impulsionar o sucesso organizacional. “É crucial que os líderes estejam atentos às necessidades e preocupações de seus funcionários, adotando uma postura de escuta ativa e compreensão”, ressalta.
Para se ter uma ideia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a geração Z representa aproximadamente 23% da população brasileira e cerca de 23 milhões de vagas de emprego no país já foram preechidas por esses jovens. Ou seja, um impacto significativo no mercado de trabalho e redefine as expectativas em relação às oportunidades profissionais. Além disso, de acordo com o estudo da Harvard Business Review, até o final desta década, pelo menos 35 nações terão mais de 20% de sua população com 65 anos ou mais – uma transformação sem precedentes na história mundial. Para Claudia Elisa, a maneira que a liderança se comporta diante esse embate de gerações é fundamental. “Conflitos são inevitáveis em qualquer ambiente de trabalho, porém, a habilidade da gestão em lidar com essas demandas é fundamental. O papel do líder neste contexto é assegurar que cada indivíduo exerça suas funções de forma eficaz, promovendo a colaboração e a troca de ideias, independentemente da idade ou posição na hierarquia organizacional”, completa a especialista.
Promovendo a produtividade
Segundo um estudo publicado também na Harvard Business Review, os baby boomers são caracterizados por uma relutância à mudança, porém, apresentam uma forte disposição para colaborar. Em contrapartida, a geração X é reconhecida por sua independência, enquanto os Millennials demonstram uma busca por propósito e significado em seu trabalho. Já a geração Z, que está agora ingressando no mercado de trabalho, é descrita como mais progressista e inclinada à flexibilidade.
Cada grupo traz consigo experiências, habilidades e perspectivas valiosas que, quando integradas de forma harmoniosa, podem impulsionar a inovação e o crescimento organizacional. Assim, promover uma cultura organizacional inclusiva e de respeito mútuo é essencial para mitigar os conflitos geracionais e criar um ambiente de trabalho colaborativo e produtivo.
Alguns pontos podem ajudar a promover a produtividade em equipes multi-geracionais:
- Respeito mútuo como base: criar estratégias para fundamentar as relações em respeito mútuo para mitigar os conflitos geracionais, bem como criar um ambiente colaborativo e produtivo.
- Implementação de programas de mentoria intergeracionais: programas de mentoria para facilitar a troca de conhecimentos entre diferentes gerações, proporcionando oportunidades de aprendizado contínuo.
- Espaços para troca de ideias e feedback: espaços para a troca de ideias entre colaboradores de diferentes gerações e incentivar o feedback construtivo como ferramenta para o crescimento profissional.
- Revisão e ajuste de políticas e práticas: adaptar políticas e práticas empresariais conforme as necessidades e demandas das diferentes gerações.
- Reconhecimento da diversidade como uma força: adotar estratégias de governança corporativa que reconheçam e promovam a diversidade.