A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC) vive um momento único em sua história. À frente de 210 Câmaras de Dirigentes Lojistas e 44 mil associados, a entidade tem a responsabilidade de fazer a intermediação dos interesses dos comerciantes frente ao poder público, mas durante a pandemia do novo coronavírus essa atribuição adquiriu relevância coletiva.
“Nossas iniciativas durante a pandemia estão oferecendo resultados positivos na saúde e na economia e terão impacto pós-pandemia. Elas foram frutos de muitos debates, análises técnicas e discussões coletivas”, diz Ivan Roberto Tauffer, presidente a FCDL-SC.
Nessa entrevista concedida à Varejo S.A, Tauffer conta como foi o engajamento da entidade nas discussões sobre as medidas de contenção da Covid, as ações de conscientização junto aos empresários e o otimismo com o movimento de abertura do comércio que já começa a acontecer no estado.
Como foi a atuação da FCDL-SC diante da Pandemia do novo coronavírus?
Desde o início da pandemia, a FCDL/SC e as demais entidades integrantes do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) trabalharam em conjunto com o Governo do Estado por soluções e medidas protetivas para conter a expansão do Coronavírus. Essas iniciativas são importantes e indispensáveis, mas precisam estar combinadas com alternativas capazes de manter o comércio ativo e, em especial, garantir a sobrevivência das empresas familiares e de micro e pequeno porte, sabidamente as maiores geradoras de empregos.
Como foram as tratativas da FCDL com as autoridades públicas?
O espaço aberto pelo Governo do Estado para o diálogo o setor produtivo foi fundamental. Graças a ele as ações puderam ser tomadas de forma integrada. Neste sentido, obtivemos algumas conquistas que foram muito bem-vindas para os lojistas, como a prorrogação por 90 dias do pagamento do ICMS para os contribuintes do Simples Nacional, assim como a liberação de crédito emergencial do Badesc e a prova de calçados com utilização de plástico filme e demais medidas sanitárias. Essas medidas contribuíram para manter a classe produtiva em condições de sobreviver no período mais agudo de luta contra o Coronavírus.
Que tipo de ação vocês desenvolveram para o setor varejista?
A FCDL/SC é uma entidade que representa 210 Câmaras de Dirigentes Lojistas e 44 mil associados. Achamos que era importante destacar a importância das medidas sanitárias nas operações do comércio e de serviços. Para isso, criamos a campanha “Comércio Consciente”, que disseminou a importância das práticas que podem preservar a saúde de comerciantes, colaboradores e clientes. Para estimular o comércio local lançamos o “A gente se reinventa”. As duas foram fruto de muito debate, análises técnicas e discussões coletivas que ajudam a retomada da vida normal com o menor desgaste possível.
E como foi a resposta dos varejistas e da comunidade?
Nossas iniciativas estão oferecendo resultados positivos na saúde e na economia e terão impacto pós-pandemia. A crise sanitária que afeta empresas de todos os portes não desanimou o empreendedor catarinense, que tem se mostrado um grande lutador na busca pela sobrevivência e da missão de fazer girar a roda da economia. Após amargar a perda de 107.323 vagas formais nos três primeiros meses da pandemia, o mercado de trabalho no Estado começa a reagir.
Qual é a situação atual?
Segundo dados do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia, houve um saldo positivo de 3.721 novos postos de trabalho. E no final de julho, o Sistema Nacional de Emprego de Santa Catarina (Sine/SC) informou a lista atualizada das vagas de emprego disponíveis no estado, que apontavam 2.549 oportunidades em aberto, em mais de 50 cidades.
E o comércio de Santa Catarina está preparado?
Acredito que sim. Com todos os cuidados de proteção e controle, o comércio catarinense, aos poucos, está retomando suas atividades, adaptando-se à nova realidade. Nossas campanhas se somaram a outras ações que os lojistas já praticam junto aos colaboradores e clientes. O importante agora é reforçar a mensagem de que a permanência das lojas abertas depende da conscientização de todos em relação ao cumprimento das regras estabelecidas pelas autoridades públicas.