Um debate nacional bastante quente atualmente é sobre a questão indígena, seus direitos e demarcação de terras, por exemplo. Mas muitos se perguntam: qual é a função do índio na sociedade atual? A resposta não é tão difícil: cultura e sua preservação. Um caso de sucesso no Pará é exemplo de como o mundo dos negócios pode se valer dessa cultura, o Arte Papa Xibé, de moda e design.
Chibé é uma palavra de origem tupi, que se refere a um alimento proveniente da mistura de água com farinha. “Papa chibé é uma forma de chamar quem nasce no Pará ou o comedor de chibé, que adaptamos para xibé”, comenta a empreendedora criativa Gisele Moreira, dona da loja. “Nossa marca não tem apenas a referência indígena (que é um ponto de partida), mas toda a cultura paraense, as paisagens, os cheiros, as cores, os sabores do estado, das mangueiras, os costumes e o jeito acolhedor e irreverente das pessoas, que, como nós, são apaixonadas pela nossa terra”.
O católico Círio de Nazaré é outro exemplo de referência, bem como os tradicionais times de futebol Payssandu e Remo. A partir desse conceito, surgem peças absolutamente belas e delicadas, como, por exemplo, roupas, vestidos, bolsas, além de objetos de decoração e cozinha variados. “Não vendemos produtos, vendemos história, arte e cultura”, destaca Gisele.
Gisele não está brincando quando diz isso. Um dos pontos de venda é justamente um dos principais marcos da cultura paraense, o Museu Emílio Goeldi, na Avenida Magalhães Barata, em Belém. A marca já tem 12 anos de existência e grande respaldo do povo paraense. “As pessoas identificam-se com nossos valores e valorizam as artes inspiradas na cultura paraense e amazônica, por isso temos a chancela não apenas do Goeldi, como também de clientes como IPHAN e Projeto Arqueológico Carajás”, conclui.
Pontos de virada
* Valorização da cultura indígena e local.
* Associação com a arte do estado.
* Parcerias com instituições de respaldo cultural.
* Alto padrão de design.
* Irreverência, releituras com humor e elegância.
* Salto: o negócio cresceu 20% a cada ano até 2015.
Frase: “Não vendemos produtos, vendemos história, arte e cultura”, Gisele Moreira.