Start-up Pegaki investe em pontos de retirada, dribla atrasos dos fretes tradicionais e desponta no mercado
A venda de produtos nos e-commerces está cada vez maior. A praticidade e a segurança oferecidas pelo comércio eletrônico brasileiro animam os consumidores. Prova disso é o faturamento de R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre de 2018, que representa alta de 12,1% ante os R$ 21 bilhões registrados no mesmo período de 2017. Os dados são do relatório Webshoppers, produzido pela Ebit|Nielsen, que analisa dados do mercado on-line.
De olho nesse segmento em expansão, a empresa Pegaki, criada em 2016, em Blumenau (SC), tem o objetivo de diminuir os problemas nas entregas e na logística reversa – pontos de retirada de produtos.
Como funciona
O consumidor adquire um produto no comércio eletrônico e o retira no ponto da Pegaki mais próximo, nos chamados pick up points,que sãoestabelecimentos comerciais parceiros, como farmácia, mercadinho e pet shop. A escolha do ponto de retirada aparece na finalização da compra pela internet.
A rede de pontos de retirada da Pegaki disponibiliza a solução para o problema das entregas, sem investimento em infraestruturas caras, como lojas próprias. Dessa forma, a empresa proporciona economia compartilhada, com benefícios a todas as partes envolvidas –consumidores, comércio eletrônico, transportadoras e estabelecimentos que operam como pontos de retirada.
Para 2019, os sócios da start-up preveem três novidades: pontos de retirada exclusivos, inserção dos pontos de coleta, além da expansão do serviço de logística reversa, que acontece quando o cliente precisa devolver ou trocar o produto. De acordo seu CEO, João Cristofolini, o maior desafio desde a criação da empresa foi desenvolver algo novo e educar o mercado, situação que exige tempo e recursos financeiros. “Este ano será de inovação no modo de entrega dos produtos adquiridos nos e-commerces. Nosso objetivo é chegar a três mil pontos de retirada (cerca de 50% de agências dos Correios) – atualmente, a estatal conta com seis mil agências e mais de cem mil entregas –, além do lançamento de novos serviços, como pontos exclusivos, que vão atender unicamente a um determinado e-commerce, logística reversa e miniestoque”, explica. O empresário diz que, em 2018, a Pegaki entregou 30 mil produtos, o equivalente a R$ 3 milhões. Para 2019, a meta é ultrapassar 180 mil e chegar a R$ 18 milhões.

Empreendedores
A start-up possui três sócios, todos com perfil empreendedor: João Cristofolini, diretor executivo (CEO), Ismael Costa, diretor de tecnologia (CTO), e Daniel Frantz, diretor de operações (COO). Eles observaram a popularidade do modelo de negócio no mercado europeu e trouxeram um serviço semelhante para o Brasil. Uma das principais atuações de Cristofolini foi a construção de uma rede de franquias com mais de 30 unidades pelo Brasil, além de ser autor de seis livros sobre negócios e fundar o ResumoCast, podcast de negócios mais acessado do iTunes no Brasil. Já Ismael Costa também é CTO e cofundador da ConnectMoves e profissional com experiência de dez anos em desenvolvimento de softwares e aplicativos. Por fim, Daniel Frantz foi COO e sócio da Amplio/Metta Trading por sete anos e fundou a Solesto, e-commerce com faturamento acima de R$ 3,5 milhões por ano.
O perfil empreendedor dos sócios da Pegaki e o potencial inovador do modelo de negócio têm despertado interesse dos investidores. A empresa foi acelerada pela Cotidiano Aceleradora, em uma primeira rodada de investimento de R$ 100 mil. Em 2017, recebeu um segundo aporte de R$ 360 mil, via EqSeed, plataforma que conecta start-ups a investidores. O valor foi levantado em apenas nove dias, sendo o case que obteve êxito de forma mais rápida na fintech (start-ups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro) e um marco no mercado de equity crowdfunding brasileiro. Em 2018, a Pegaki captou, novamente pela plataforma, o valor de R$ 1,2 milhão.