Ministro diz que cooperação das entidades de classe é fundamental para o combate ao ilícito
Representantes do Sistema CNDL se reuniram com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para tratar do problema do comércio ilegal de mercadorias. O encontro, realizado no início de agosto, contou com a participação do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa, dos diretores da entidade e presidentes da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de São Paulo (FCDL-SP), Maurício Stainoff, da FCDL-MG, Frank Sinatra Santos Chaves, e da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto.
O comércio ilegal de mercadorias tornou-se um dos grandes problemas econômicos do país. O assunto já foi abordado pelo ministro da Justiça no II Encontro de Combate à Pirataria e Crimes Correlatos, realizado em junho. Na ocasião, Moro já havia lembrado que o ilícito estava vinculado a crimes mais graves, como o tráfico de armas e de drogas. Na ocasião, chamou atenção para o papel do crime organizado nesse tipo de ilícito. “A proporção de produtos comercializados de forma irregular cresce a cada ano, causando enormes prejuízos financeiros ao país”, disse.
Na reunião com a CNDL, o ministro falou sobre a importância do trabalho desenvolvido pela entidade e convidou os presentes a contribuir com sugestões para projetos de combate ao comércio ilegal. “Sabemos de toda a complexidade que envolve o contrabando e o comércio ilegal e temos todo o interesse em desenvolver projetos nessa área. É fundamental contar com políticas públicas eficientes e com a cooperação de instituições como a CNDL”, afirmou.
O presidente da CNDL chamou atenção para a dificuldade de fiscalização nas fronteiras do Brasil e para o crescimento das feiras itinerantes, que muitas vezes abrigam mercadorias vindas do comércio ilegal: “Muitas irregularidades são cometidas nas feiras que correm o Brasil. Evidentemente, não podemos generalizar, mas temos que ficar mais atentos a essas práticas que lesam o comerciante e não contribuem em nada para o desenvolvimento do país”.
Costa também lembrou os prejuízos que a prática ilegal do comércio deixa nos cofres públicos. Cálculos do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) mostram que, com o valor das perdas registradas no ano passado, seria possível investir na construção de 1.520 hospitais, 30 mil Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 96 mil creches, dois milhões de casas populares, 7,7 mil quilômetros de rodovias duplicadas, 6.655 escolas padrão CEU, 413 terminais aeroportuários e 128 terminais portuários.
“Essa fortuna corre à margem dos interesses públicos e nacionais e alimenta crimes como lavagem de dinheiro, sonegação e corrupção. Para coibir esse tipo de prática, é fundamental que a fiscalização seja ampliada e as feiras, regulamentadas”, afirmou.
Fórum Nacional do Comércio
Durante o encontro, Costa reiterou o convite para que Moro participe do IV Fórum Nacional do Comércio, que será realizado nos dias 17 e 18 de setembro, no Royal Tulip, em Brasília. O evento reunirá as maiores lideranças do varejo do Brasil e terá palestras e apresentações de grandes nomes do mercado e da política.
O ministro aceitou o convite e confirmou de imediato a sua participação no evento. Moro deverá encerrar o fórum com uma apresentação para os participantes.