[sc name=”img-post-app” caminho=”http://revistavarejosa.com.br/wp-content/uploads/2016/08/1-start-gustavo.jpg” alt=”Gustavo Caetano” legenda=”Gustavo Caetano: Profissionais, startups e empresas precisam buscar oportunidades na crise.” ]
Buscar novas formas de vendas, soluções diferentes para os clientes e fornecedores com mais qualidade e menor preço, além de manter-se atento à movimentação do mercado. É dessa forma que as startups brasileiras estão trabalhando e encontrando maneiras de driblar a crise. Assim, enquanto vários setores estão sendo afetados pelo atual momento econômico, o País acompanha com frequência crescente o surgimento dessas empresas conhecidas por seus modelos de negócio nada tradicionais, que focam na solução rápida de um problema específico e contam com uma estrutura enxuta e baixos custos operacionais. Apenas na área de Varejo e E-commerce, por exemplo, o crescimento, em 2015, foi de 150%.
“O crescimento dos últimos anos se deve também ao amadurecimento das startups que estão cada vez mais preparadas e fortalecidas. Vivemos um grande período para empreender, pois a crise econômica cria chances para a inovação. Portanto, a tendência é que essas empresas continuem crescendo na contramão da crise”, afirma Rafael Ribeiro, gerente executivo da Associação Brasileira de Startups.
Comparado ao fundador do Facebook Mark Zuckerberg, Gustavo Caetano, criador da Samba Tech, startup especializada em soluções para vídeos online, vem acompanhando o crescimento e o reconhecimento do seu negócio e se tornando exemplo para diversos empreendedores. No dia a dia, ele costuma afirmar que “a crise é um bom momento de consolidação de mercados e as empresas que estiverem mais preparadas sairão mais fortes”.
“Profissionais, startups e empresas precisam buscar oportunidades na crise. Aqui na Samba, nos mantemos atentos à movimentação do mercado, buscando sempre o próximo desafio. Costumo dizer que o erro em busca da inovação deve ser visto como algo inevitável. Se você não está errando significa que não está inovando o suficiente. E se você tem um modelo de negócio novo, tem que colocar em prática mais rápido possível para testá-lo no mercado e falhar o quanto antes, pois toda experiência serve para validar suas ideias na prática e ajudar a melhorar o produto sem gastar muito”, destaca Caetano.
A carreira do mineiro, da cidade de Araguari, começou em 2004 após comprar um celular com tela colorida. Na época, estudante e estagiário de marketing, tentou baixar um jogo para passar o tempo e não conseguiu. Então, colocou em prática o que aprendeu na faculdade: quando você quer alguma coisa que não existe é porque há demanda e, possivelmente, mercado.
“Pesquisei sobre o assunto e, para a minha surpresa, jogos para celular eram novidade nos Estados Unidos, mas estavam esquentando na Europa. Entrei em contato com desenvolvedoras de jogos e uma topou se reunir comigo. Com 22 anos nas costas e apenas o conhecimento da faculdade, viajei para Londres para apresentar a ideia. Deu certo, abri o negócio e em pouco tempo já vendíamos para toda a América Latina”.
Mas o que era novidade, rapidamente se tornou um oceano vermelho. “Percebi que era hora de mudar o rumo e investir em uma tecnologia própria: uma plataforma para gestão e distribuição de vídeos on-line. E foi essa decisão que direcionou a Samba, desde então”, comemora Gustavo.
A nova empresa passou a oferecer produtos para atender mercados como os de comunicação corporativa, TV na internet, educação à distância e transmissão ao vivo. “Todos têm o propósito de ajudar as empresas a se comunicarem melhor com sua audiência, por meio de vídeos on-line. Hoje, temos uma importante parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e somos a plataforma líder de vídeos on-line na América Latina, mantendo sempre o espírito jovem, descontraído e inovador”, completa Gustavo Caetano.
[sc name=”titulo-azul” titulo=”Soluções criativas” ]
[sc name=”img-post-app” caminho=”http://revistavarejosa.com.br/wp-content/uploads/2016/08/1-start-ilustra-retorna.jpg” alt=”” legenda=”Projeto Retorna Machine oferece benefícios aos cidadãos por meio da logística reversa”]
A história dos três primos que abriram a startup Triciclo, em São Paulo, também tem se destacado nesse cenário de crise. Eles entendem que, com o atual momento do País, os brasileiros estão economizando e priorizando apenas o que é necessário, e por isso buscam fortalecer o projeto Retorna Machine, idealizado para oferecer benefícios aos cidadãos por meio da logística reversa.
“O que buscamos é educar e incentivar as pessoas a transformarem embalagens vazias em benefício para si e para a sociedade como um todo”, explica Felipe Lagrott a Nassar Cury, fundador da empresa.
A iniciativa funciona como um programa de fidelidade. Ou seja, o interessado deve criar uma conta no site ou no aplicativo Retorna Machine e depositar uma garrafa pet ou lata de alumínio nas máquinas do programa. O material é reconhecido por meio de um leitor de código de barras que computa pontos na conta do participante.
“Com esse programa, o cidadão paulista pode optar pelo resgate de pontos no bilhete único, em descontos na conta de luz ou, caso queiram, doar para as instituições apoiadas pela Triciclo: a ONG Projeto Arrastão e a Casa do Zezinho”, destaca Cury.
O aplicativo também tem a opção Carrefour Reciclo. “Neste caso, basta selecionar a opção e depositar recipientes vazios de qualquer desodorante em aerossol para ganhar um cupom de desconto para a compra do produto”, completa o fundador da Triciclo.
Em menos de um ano, as máquinas já coletaram mais de 300 mil embalagens, totalizando cerca de quatro toneladas de garrafas pet e duas toneladas de alumínio. Com essa quantidade, de acordo com a startup, mais de seis mil reais já foram revertidos em bônus nas faturas de energia e recarga no vale transporte.
[sc name=”titulo-azul” titulo=”O lado humano” ]
[sc name=”img-post-app” caminho=”http://revistavarejosa.com.br/wp-content/uploads/2016/08/1-start-braulio_2.jpg” alt=”Braulio Bessa” legenda=”Bráulio Bessa, empreendedor cultural”]
O modo como a Samba Tech e a Triciclo estão trabalhando tem sido visto com bons olhos pelo mercado. Para o empreendedor social e cultural Bráulio Bessa, conhecido por resgatar a cultura popular por meio de projetos na internet, as empresas precisam adotar as táticas utilizadas pelas startups e, também, olhar para o lado humano de cada um.
“As empresas têm focado no profissional, esquecendo que ali dentro tem um ser humano que sente, tem intuições e pensamentos próprios. Não é uma máquina. Não importa qual seja o segmento ou o tamanho da empresa, ela precisa entender o lado humano do seu time. Aprendi isso, pois vivi trinta anos numa cidade do sertão cearense e sempre tive um contato muito forte com pequenos comerciantes. Sou encantado pela atmosfera que envolve a pequena bodega, a padaria da esquina etc. É algo muito mais humano. Eles sabem até quando um cliente está triste, uma boa maneira para mantê-los próximos do público. Essa estratégia funciona bem e deve ser adotada dentro das empresas, no relacionamento das equipes”, afirma Bráulio.
[blockquote author=”” link=”” target=”_blank”]Peço muita sabedoria a Deus para saber lidar com as conquistas que a vida tem me dado. Quando você está vencendo surgem muitas possibilidades e tentações para que você supostamente mude e perca sua essência[/blockquote]
É esse discurso que Bráulio Bessa, fundador do projeto Nação Nordestina, que hoje conta com 1,2 milhão de seguidores no Facebook e causa impacto social e cultural em mais de 10 milhões de pessoas por mês, adota durante o seu trabalho. Além do trabalho no Facebook, ele expandiu sua rede para os vídeos em cordéis e foi considerado o criador do cyber cordel. Seus vídeos já alcançaram mais de 20 milhões de visualizações.
Tamanho sucesso já lhe rendeu um quadro no programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, além de uma carteira de clientes que inclui da Ambev até o Bradesco. “Vivo da palavra. Então, focado num contexto regional e popular, crio para essas empresas cordéis, roteiros e campanhas de publicidade com o objetivo de aproximá-los, principalmente, do povo nordestino”, destaca o empreendedor. Ele ministra palestras em que, sem perder a sua marca registrada, dá dicas sobre o mercado de trabalho e fala sobre como criou o maior movimento virtual de divulgação da cultura nordestina sem abandonar o sertão.
“Procuro sempre atuar de forma simples e pé no chão. Peço muita sabedoria para saber lidar com as conquistas que a vida tem me dado. Quando você está vencendo surgem muitas possibilidades e tentações para que você supostamente mude e perca sua essência. Fama, dinheiro, status ou poder não mudam ninguém, apenas revelam quem você realmente era, porém não tinha as ferramentas para ser”, completa Bráulio.
[sc name=”img-post-app” caminho=”http://revistavarejosa.com.br/wp-content/uploads/2016/08/1-start-ilustra-cordel.png” alt=”Cordel” ]