Salvador: a capital da inovação
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Inspirado em modelos como o Vale do Silício, nos Estados Unidos; o Ruta N, em Medellin (Colômbia); e o Porto Digital, em Recife, surge, em Salvador, o Vale do Dendê: uma plataforma de atração de negócios e projetos sociais que visa estruturar um ecossistema de inovação social e economia criativa.
Idealizado por três empreendedores — um publicitário soteropolitano; um economista mineiro que migrou para a Bahia; e um jornalista carioca radicado em São Paulo — o Vale do Dendê foi desenhado para operar como uma holding social, destinada a atrair, fomentar e conectar empreendimentos culturais e inovadores, preferencialmente, liderados por afrodescendentes e mulheres. A ação tem como ponto principal o território da Cidade Baixa, nos arredores do Pelourinho. “O conceito é criar um Vale do Silício baiano. A diferença é que na Califórnia o foco é a tecnologia e, aqui, serão elementos da nossa cultura: gastronomia, moda e música, por exemplo. Salvador pulsa cultura, mas nem sempre este potencial se materializa em emprego e renda. Queremos impulsionar isso”, explica o publicitário Paulo Rogério Nunes, um dos idealizadores da iniciativa.
Junto a Paulo Rogério estão o economista Hélio Santos e o jornalista Rosenildo Ferreira. O grupo acredita que o desafio de transformar a capital baiana em um polo de investimentos e levar a Salvador empresas e projetos capazes de mudar o eixo de desenvolvimento, priorizando áreas excluídas e bairros populares, não será fácil. Visto que Salvador tem um baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), na posição de número 383, entre os 5.565 municípios brasileiros. Além disso, está entre as piores cidades do Brasil para empreender, segundo pesquisa realizada pela Endeavor, a maior organização brasileira de apoio ao empreendedorismo. Entre os critérios avaliados, incluiu qualificação profissional, índices de segurança pública, burocracia e capacidade de atrair investimentos.
Apesar de cientes das dificuldades, os idealizadores do Vale do Dendê estão otimistas. “É um dado lamentável, pois Salvador é um município com importância cultural e histórica para o País. Durante muitos anos vimos profissionais de diversas áreas saírem daqui por falta de oportunidade. O objetivo é mudar essa realidade nos próximos anos, atraindo empresas, realizando eventos e dando espaço para antigos e novos talentos”, ressalta Paulo Nunes.
Para o publicitário, Salvador já é a capital da música, mas ainda há muito espaço para empreender. E na gastronomia e na moda não é diferente: há várias ideias com potencial de ganhar visibilidade no mercado nacional e internacional. “Falta a sinergia certa entre os empreendedores, o governo, a iniciativa privada e as universidades. Vamos criar essas pontes. O plano é gerar uma grande conversa entre as instituições, encontrar alternativas e soluções para diminuir as desigualdades e dar oportunidade para que haja resultados positivos na vida do soteropolitano”, explica. “É possível encontrar muitos empreendedores prontos para ganhar o mundo. Em muitos casos, faltam, apenas, ferramentas de gestão e tecnologia para que eles coloquem seus produtos e serviços em escala global”, completa Hélio Santos.
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Para apresentar o conceito do Vale do Dendê, os idealizadores reuniram, em novembro, representantes do governo, de empresas privadas, empreendedores, parceiros e jornalistas em um seminário na capital baiana. Na ocasião, foram apresentados os desafios da geração de oportunidades em Salvador e debatidas algumas ações planejadas pela startup, que recebeu este nome pelo fato do dendê ser um elemento típico da região e símbolo da criatividade baiana.
São muitos os planos para 2017. Já no primeiro trimestre a ideia é concluir os levantamentos, estudos e definições do modelo de governança mais adequado à proposta e iniciar a seleção dos projetos que serão executados, com recursos próprios ou por meio de associação com investidores locais, de outros estados ou mesmo do exterior. Algumas iniciativas, inclusive, já estão traçadas pelo Vale do Dendê, como apoiar e dar visibilidade a um co-working com o foco em empreendedores negros ou da periferia. Funcionará como um escritório colaborativo, com o intuito de estimular a troca de experiências, o início de parcerias e o fortalecimento dessas startups. Além disso, o portfólio de projetos inclui a instalação de FabLabs, espaço para incubação de empresas inovadoras, e as Casas de Cultura, destinadas a abrigar e qualificar artistas. Também estão nas metas a realização de eventos e feiras POP-UP reunindo empreendedores de diferentes segmentos.
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Outro projeto já no radar do trio é um aplicativo de capoeira, no qual o turista terá todas as informações das atividades, eventos, escolas e grupos da capoeira da Bahia. Haverá também estúdio de música compartilhada; agência de turismo de experiência étnica; loja colaborativa com produtos artesanais produzidos por empreendedores negros; núcleos de universidades inovadoras; restaurantes conceituais, entre outras iniciativas. Para conhecer mais um pouco do projeto Vale do Dendê, visite a página www.valedodende.org