Acessibilidade no varejo
Garantir acesso a clientes com deficiência ainda é um desafio, mas pode atrair novos públicos Para você que está lendo essa matéria será bem difícil […]
Garantir acesso a clientes com deficiência ainda é um desafio, mas pode atrair novos públicos Para você que está lendo essa matéria será bem difícil imaginar a vida de um deficiente visual. Mas você já parou para pensar como seria viver em um mundo cheio de limitações? É o que acontece com Tomás Pereira, de 25 anos: não enxerga desde que nasceu devido a uma doença congênita. “Fazer atividades do dia a dia não é tão simples para um cego. Ir a mercados ou lojas quando estou sozinho também não é fácil. E não é porque sou deficiente visual, mas é pela falta de informação e de preparo de muitos estabelecimentos. A pessoa com deficiência não pode contar apenas com a boa vontade dos outros, é importante que lojas ou restaurantes também estejam preparados para nos receber”, contou. Tomás é mais um brasileiro que luta por inclusão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 23% da população brasileira vive com algum tipo de deficiência. Dentre os tipos de deficiência pesquisados, a mais representativa é a visual, que atinge 18,8%% dos brasileiros, equivalente a mais de 35 milhões de pessoas. O grau intenso ou muito intenso da limitação impossibilita deficientes visuais, auditivos ou com deficiência motora de realizarem atividades simples, como trocar um produto ou fazer uma compra. Outro aspecto que Thomas acredita que melhoraria a vida de muitos deficientes é se todos os restaurantes disponibilizassem um cardápio em braile, o que dificilmente acontece. “Em redes como Spoleto, Giraffas ou Outback são mais fáceis de encontrar esse tipo de menu, mas em pequenos restaurantes esse investimento acaba passando despercebido”, alertou.O que diz a lei
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) assegura a autonomia e a capacidade dos cidadãos para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas. As inovações trazidas pela nova lei alcançaram, entre outras, as áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e transporte. Segundo a legislação, a pessoa com deficiência é “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com um ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.Acessibilidade e Oportunidade de negócio
E não pense que apenas os deficientes visuais sofrem com a falta de preparo de alguns estabelecimentos. Segundo o presidente da Associação de Pais e Amigos de Deficiente Auditivo (Apada/DF), Marcos de Brito, há ainda muitas barreiras a serem vencidas quando se trata de inclusão no varejo. “Muitas pessoas acham que inclusão é apenas a cota de contratação. Não é isso! Incluir e promover acessibilidade é fazer com que um deficiente auditivo, ao entrar em uma loja, possa contar com uma boa identificação visual no local ou com alguém preparado para ajudá-lo”, explicou. Segundo o último Censo do IBGE, cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem de uma deficiência auditiva muito severa. Para Marcos, este é um nicho invisível para o varejo. “É um percentual que muitos não valorizam, mas sabemos que se o estabelecimento conta com um funcionário que sabe ou foi treinado para se comunicar utilizando as libras, isso será um diferencial que irá atrair, além de outros portadores do problema familiares e amigos”, comentou. Uma grande rede de varejo que vende eletrodomésticos e móveis contrata atendentes especializados, treinados em Libras. “Não podemos prever se vai chegar algum cliente especial, mas fazemos questão que ele seja bem atendido”, explica Gabriela Braga, gerente da loja em um shopping center em Brasília. A cadeirante Daniele Soares, de 35 anos, frequentadora do mesmo shopping, tornou-se cliente fiel de um restaurante na praça de alimentação que encontrou uma solução para que a jovem subisse até o mezanino, onde ficava o Buffet. “Meu marido gosta da comida. No começo do namoro, eu vinha mas tinham sempre que me ajudar a suspender a cadeira. Virei frequentadora assídua quando criaram uma rampa móvel que se adapta aos dois degraus que me impediam de fazer meu prato sozinha”. O gerente do estabelecimento recebe a cliente sempre com sorriso. Carro mais barato para deficientes Os deficientes físicos e pessoas que têm doenças graves podem comprar carros bem mais baratos. Os benefícios garantem isenção de impostos, como IPI, ICMS e até IPVA, depois que a compra for concluída. O desconto no preço final pode chegar a 28%. Um carro que custa R$ 50 mil, por exemplo, pode sair por R$ 36 mil. A lei diz que só podem ser negociados com a isenção dos impostos modelos nacionais que custem no máximo R$ 70 mil. Além disso, como alguns tipos de deficiência impossibilitam a pessoa de dirigir (doença mental, tetraplegia ou visual), a lei diz que elas podem usufruir os benefícios através de um representante legal.Garantir acesso a clientes com deficiência ainda é um desafio, mas pode atrair novos públicos
Para você que está lendo essa matéria será bem difícil imaginar a vida de um deficiente visual. Mas você já parou para pensar como seria viver em um mundo cheio de limitações? É o que acontece com Tomás Pereira, de 25 anos: não enxerga desde que nasceu devido a uma doença congênita. “Fazer atividades do dia a dia não é tão simples para um cego. Ir a mercados ou lojas quando estou sozinho também não é fácil. E não é porque sou deficiente visual, mas é pela falta de informação e de preparo de muitos estabelecimentos. A pessoa com deficiência não pode contar apenas com a boa vontade dos outros, é importante que lojas ou restaurantes também estejam preparados para nos receber”, contou.
Tomás é mais um brasileiro que luta por inclusão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 23% da população brasileira vive com algum tipo de deficiência. Dentre os tipos de deficiência pesquisados, a mais representativa é a visual, que atinge 18,8%% dos brasileiros, equivalente a mais de 35 milhões de pessoas.
O grau intenso ou muito intenso da limitação impossibilita deficientes visuais, auditivos ou com deficiência motora de realizarem atividades simples, como trocar um produto ou fazer uma compra.
Outro aspecto que Thomas acredita que melhoraria a vida de muitos deficientes é se todos os restaurantes disponibilizassem um cardápio em braile, o que dificilmente acontece. “Em redes como Spoleto, Giraffas ou Outback são mais fáceis de encontrar esse tipo de menu, mas em pequenos restaurantes esse investimento acaba passando despercebido”, alertou.
O que diz a lei
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) assegura a autonomia e a capacidade dos cidadãos para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas. As inovações trazidas pela nova lei alcançaram, entre outras, as áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e transporte.
Segundo a legislação, a pessoa com deficiência é “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com um ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.
Acessibilidade e Oportunidade de negócio
E não pense que apenas os deficientes visuais sofrem com a falta de preparo de alguns estabelecimentos. Segundo o presidente da Associação de Pais e Amigos de Deficiente Auditivo (Apada/DF), Marcos de Brito, há ainda muitas barreiras a serem vencidas quando se trata de inclusão no varejo. “Muitas pessoas acham que inclusão é apenas a cota de contratação. Não é isso! Incluir e promover acessibilidade é fazer com que um deficiente auditivo, ao entrar em uma loja, possa contar com uma boa identificação visual no local ou com alguém preparado para ajudá-lo”, explicou.
Segundo o último Censo do IBGE, cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem de uma deficiência auditiva muito severa. Para Marcos, este é um nicho invisível para o varejo. “É um percentual que muitos não valorizam, mas sabemos que se o estabelecimento conta com um funcionário que sabe ou foi treinado para se comunicar utilizando as libras, isso será um diferencial que irá atrair, além de outros portadores do problema familiares e amigos”, comentou.
Uma grande rede de varejo que vende eletrodomésticos e móveis contrata atendentes especializados, treinados em Libras. “Não podemos prever se vai chegar algum cliente especial, mas fazemos questão que ele seja bem atendido”, explica Gabriela Braga, gerente da loja em um shopping center em Brasília.
A cadeirante Daniele Soares, de 35 anos, frequentadora do mesmo shopping, tornou-se cliente fiel de um restaurante na praça de alimentação que encontrou uma solução para que a jovem subisse até o mezanino, onde ficava o Buffet. “Meu marido gosta da comida. No começo do namoro, eu vinha mas tinham sempre que me ajudar a suspender a cadeira. Virei frequentadora assídua quando criaram uma rampa móvel que se adapta aos dois degraus que me impediam de fazer meu prato sozinha”. O gerente do estabelecimento recebe a cliente sempre com sorriso.
Carro mais barato para deficientes
Os deficientes físicos e pessoas que têm doenças graves podem comprar carros bem mais baratos. Os benefícios garantem isenção de impostos, como IPI, ICMS e até IPVA, depois que a compra for concluída. O desconto no preço final pode chegar a 28%. Um carro que custa R$ 50 mil, por exemplo, pode sair por R$ 36 mil. A lei diz que só podem ser negociados com a isenção dos impostos modelos nacionais que custem no máximo R$ 70 mil. Além disso, como alguns tipos de deficiência impossibilitam a pessoa de dirigir (doença mental, tetraplegia ou visual), a lei diz que elas podem usufruir os benefícios através de um representante legal.