Deputadas Greyce Elias e Any Ortiz participam de live da CNDL
A live faz parte da programação do MCV para o Mês das Mulheres de 2023 e o objetivo foi debater o cenário atual do empreendedorismo feminino e apontar os avanços necessários.


A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) realizou na manhã desta quarta-feira (22/3), a live “Empreendedorismo feminino: em que precisamos avançar”. O evento virtual contou com a participação das deputadas federais Greyce Elias (Avante/MG), diretora de Empreendedorismo Feminino da FCS (Frente Parlamentar de Comércio e Serviços), e Any Ortiz (Cidadania/RS), presidente da Frente Parlamentar da Mulher Empreendedora.
As participantes discutiram a ausência de mulheres no grupo de trabalho criado recentemente no Congresso Nacional para discutir a reforma Tributária. Para as deputadas, esta pauta é importantíssima para o incentivo do empreendedorismo feminino.
“Colocar as mulheres na mesa de discussão é também colocar 52% da população brasileira no debate. Não estou falando aqui de uma discussão identitária. As mulheres empreendem, geram emprego e enfrentam toda a burocracia, e precisam estar sentadas nessa mesa para colocar a sua perspectiva em relação à reforma tributária e a questão econômica como um todo”, declarou a deputada Any Ortiz.
De acordo com a deputada Greyce Elias, a Câmara dos Deputados tem, atualmente, 91 deputadas, ocupando quase 18% dos assentos da Casa. Um crescimento de 2% com relação à representatividade feminina na legislatura anterior, quando pela primeira vez uma mulher foi relatora do Orçamento da União na Câmara. “O nosso desafio é fazer uma mudança cultural dentro da Casa do Povo, algo que não acontece do dia para a noite. Temos buscado as ferramentas legislativas para que esta mudança ocorra de forma mais rápida, trabalhando junto aos partidos”, explicou.
As parlamentares também têm trabalhado para aumentar a participação feminina na política nacional, bem como criar melhores condições de vida para as cidadãs brasileiras. É o caso da criação de leis de combate à violência contra a mulher. “Hoje, a gente sabe que o assédio contra as mulheres no ambiente de trabalho e no meio empresarial é uma realidade, e isso com certeza é um entrave para elas se desenvolverem. Precisamos trabalhar isso culturalmente e conscientizar a população de que esta prática é crime e que as mulheres têm direito de ter a sua honra e dignidade resguardadas”, afirmou a deputada Greyce Elias.

Custo Brasil
Em 2022, a CNDL e o Sebrae realizaram a pesquisa Perfil da Mulher Empreendedora. O levantamento mostra um cenário muito desafiador para as mulheres. As empreendedoras brasileiras têm, em sua maioria, uma estrutura muito simples: começaram o negócio com pouco recurso, normalmente vindo da economia pessoal das próprias mulheres, tem uma estrutura básica, com poucos ou nenhum funcionário, e atuam majoritariamente na informalidade.
Para Any Ortiz, com este cenário, o impacto do custo Brasil acaba sendo maior para as empresas lideradas por mulheres. Isso porque as burocracias do sistema tributário brasileiro, que afetam o desenvolvimento de todas as empresas brasileiras – especialmente, as de micro e pequeno porte – pesam muito mais para as mulheres, que são responsáveis pelos cuidados do lar e da família e ainda tem que lidar com todas estas obrigações com pouca ou nenhuma ajuda. “O nosso propósito com a Frente Parlamentar da Mulher Empreendedora é discutir os projetos em tramitação e proteger as mulheres da aprovação de iniciativas que parecem ser positivas, mas na prática são prejudiciais para elas, ao criar mais dificuldades para as empresas”, disse a presidente da Frente.
Greyce Elias, que participou da live diretamente dos estúdios da CNDL, falou sobre o esforço do Parlamento para apoiar estas mulheres chefes de família, sobretudo durante a pandemia com a aprovação do auxílio emergencial.
“Como o estudo da CNDL e do Sebrae mostra quase 65% das mulheres empreendedoras são responsáveis por pagar as contas do lar. A gente entende que esta é a realidade do Brasil e por isso temos lutado por elas. Creio que com a reforma tributária, vamos conseguir reduzir a burocracia — que hoje causa tanta insegurança jurídica e exige um departamento financeiro-contábil robusto — , e isso beneficiará as empreendedoras”, destacou Greyce Elias.
Any Ortiz falou ainda sobre necessidade de enxugar a máquina pública, reduzindo o peso para a população e os empreendedores. “Seria importantíssimo o país estar discutindo uma reforma administrativa. O peso do Estado não pode sobrecarregar ainda mais os empreendedores e, obviamente, as mulheres-chefe de família, que apesar do esforço muitas vezes sobra muito para levar para suas casas”, afirmou.
Live
Transmitido no canal da CNDL no Youtube, o debate foi mediado por Karoline Lima, profissional de RIG (Relacionamento Institucional e Governamental) da CNDL, e contou ainda com a presença de Lúcia Helena Leijôto Pinto, assessora especial da Presidência da CNDL e coordenadora do projeto MCV (Mulheres que Constroem o Varejo).
A live faz parte da programação do MCV para o Mês das Mulheres de 2023. O objetivo foi debater o cenário atual do empreendedorismo feminino, bem como discutir pautas estratégicas para o país avançar na promoção e fortalecimento das empreendedoras brasileiras. Além disso, a CNDL apontou pautas importantes para o empreendedorismo feminino e que são prioridade para o Sistema CNDL.
“Será lançado ainda este mês um manifesto com as pautas prioritárias para o Sistema CNDL visando o fortalecimento do empreendedorismo feminino. Queremos colocar as mulheres em pé de igualdade (com os homens), garantindo para elas a manutenção dos direitos fundamentais da Constituição Federal do Brasil”, disse Lúcia Leijôto, durante a live.