Saúde, sustentabilidade e IA são assuntos em alta nos infoprodutos
Entenda o que são os infoprodutos e como é possível aproveitá-los para aprender e empreender
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O consumo de infoprodutos já é uma realidade para a maioria dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa divulgada, em 2024, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 54% das pessoas que usam internet no país adquiriram algum tipo de infoproduto nos 12 meses anteriores à coleta dos dados.
O levantamento mostra que os formatos mais consumidos foram streaming de filmes e séries (31%), cursos online (17%), streaming de música (15%), e-books (8%) e livros ou apostilas (7%). A média de compras no período foi de quase 3 infoprodutos por pessoa, com gasto médio de R$ 155 na última aquisição.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) define os infoprodutos como produtos digitais, pagos ou gratuitos, distribuídos pela internet em formatos como áudio, vídeo ou texto. Normalmente, são comercializados por meio de uma plataforma de vendas online, que é capaz de unificar a gestão do processo de compra com as estratégias de divulgação e a entrega do conteúdo.
Segundo análise da Pepper Marketing Digital sobre mercado e tendências, três temas estão entre os mais procurados: saúde mental e bem-estar emocional, Inteligência Artificial (IA) e sustentabilidade.
Desde a pandemia de Covid-19, a preocupação com a saúde mental ganhou protagonismo, estimulando a busca por cursos, workshops e guias de meditação, mindfulness e autocuidado. A agência aponta que a procura por materiais que auxiliem na gestão do estresse e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional só tende a aumentar.
No campo da tecnologia, a IA tem transformado a forma como as pessoas aprendem, trabalham e compartilham as informações. A Pepper Marketing Digital destaca que os infoprodutores podem produzir materiais que apresentem ferramentas de IA que ajudam a automatizar processos, criar conteúdo e analisar dados, assim como soluções direcionadas para diferentes indústrias.
Já o tema “sustentabilidade e a governança ambiental” é favorecido por um novo consumidor, mais atento à preservação do meio ambiente. A projeção é que os infoprodutos focados em redução de desperdícios e economia de recursos estejam entre os mais vendidos, desde guias para reduzir o uso de plástico no dia a dia até manuais para reaproveitamento de alimentos.
Busca por desenvolvimento impulsiona consumo de infoprodutos
Ainda de acordo com a pesquisa da CNDL e da SPC Brasil, o desenvolvimento pessoal (27%) e o desenvolvimento de carreira (19%) foram citados entre as principais finalidades para a compra de infoprodutos, assim como ganhar dinheiro (26%) e lazer (27%).
Segundo o presidente da CNDL, José César da Costa, independente do motivo, a população está cada vez mais habituada a utilizar este tipo de produto e serviço. “A revolução do meio digital e a aceleração da educação online, principalmente após a pandemia, fizeram com que os infoprodutos ganhassem ainda mais força e espaço na internet”, analisa.
Dicas para a criação de infoprodutos
O Sebrae destaca que os pequenos e médios empreendedores podem encontrar nos infoprodutos uma oportunidade de aumentar a receita, estreitar relações com clientes e gerar reconhecimento.
A criação de infoprodutos oferece vantagens, já que exige baixo investimento, por não haver a necessidade de espaço físico, estoque ou logística de entrega, e oferece flexibilidade de horário, com a vantagem de gerar receita de forma automática, 24 horas por dia.
Mas para ter bons resultados, o Sebrae reforça que é essencial compreender os interesses e as necessidades do público-alvo antes de iniciar a produção, investindo em pesquisas de mercado e na identificação de temas relevantes. O primeiro passo é escolher um assunto que o empreendedor domine e que esteja alinhado ao seu dia a dia, definindo um nicho de atuação.
Trabalhar com nichos reduz a concorrência e possibilita falar com um público mais engajado e disposto a investir. Depois de escolhido o tema, a orientação é estudar o que já existe no mercado, analisando concorrentes e identificando lacunas que permitam criar um produto diferenciado e de alta qualidade.
Também é importante definir o formato do produto digital, que pode ser podcast, e-book, videoauls ou mentoria, considerando o perfil comportamental de consumo e os interesses da persona da marca, ou seja, do cliente ideal. Em seguida, deve ser feita a escolha de uma plataforma para infoprodutores.
De acordo com informações da plataforma Digital Manager Guru, é preciso estar atento a plataformas conhecidas como “só pague se vender”,que aplicam altas taxas e podem dar um retorno insatisfatório. A empresa sugere combinar uma landing page com uma boa plataforma, que integre ferramentas de venda, como gateway de pagamento, gerenciamento de campanhas, nota fiscal e checkout de alta conversão.
O Sebrae também alerta que o infoproduto deve responder às dores da persona e prezar pela qualidade. Para e-books, por exemplo, vale investir em revisão, diagramação profissional e uma linguagem clara. Já no caso de transmissões ao vivo, é importante testar equipamentos e conexão com antecedência.
Paralelamente, a empresa Digital Manager Guru lembra que o mercado digital muda em ritmo acelerado, exigindo que produtores acompanhem de perto as suas tendências. Entre as atuais, está a valorização da originalidade em meio a um cenário saturado por conteúdos gerados por IA.
Outro aspecto que deve ser considerado é a divulgação do infoproduto. O Sebrae recomenda caprichar na landing page e utilizar bons CTAs (“Chamada para Ação”, em português), usando estratégias como programas de afiliados e e-mail marketing.
Além disso, o investimento em tráfego pago, com ferramentas como Facebook Ads e Google Ads, é recomendado para potencializar o alcance e alcançar uma melhor segmentação do público.