20 maio, 2024
0 ° C

Natal: 30% devem ir às compras mesmo com contas atrasadas

11% daqueles que fizeram compras no Natal do ano passado ficaram com o nome sujo. Valor médio das dívidas em atraso é de R$ 987.

56% dos filhos participam, em alguma medida, do processo de escolha dos presentes
Foto: Shutterstock

Faltam poucos dias para as festas de fim de ano e as tradicionais compras de Natal seguem a todo vapor. No entanto, o consumidor precisa ficar atento aos gastos neste período para não comprometer o orçamento, principalmente se já estiver endividado. Uma pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com a OfferWise, nas 27 capitais do Brasil, mostra que 30% dos consumidores que pretendem presentear este ano possuem contas em atraso, sendo que 65% estão com o nome sujo.

Confira a pesquisa Impactos das Compras de Fim de Ano no Orçamento na íntegra!

O levantamento aponta também que 22% dos que devem comprar presentes no Natal costumam gastar mais do que podem e que 7% pretendem deixar de pagar alguma conta para adquirir os presentes, desta forma estima-se que 11 milhões de consumidores fiquem inadimplentes em seus compromissos financeiros devido as compras para a data. De acordo com os entrevistados, 6% devem deixar de pagar alguma conta para participar das festas e 8% farão o mesmo para participar das comemorações de Ano Novo.

De acordo com os consumidores, as principais contas que deixarão de ser pagas para comprar presentes de Natal ou participar das festas de fim de ano são: cartão de crédito (23%), TV por assinatura (21%), internet (17%) e conta de água/luz (16%).

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o consumo exagerado e descontrolado pode fazer com que o consumidor enfrente problemas financeiros no próximo ano. “É importante lembrar que muitas famílias se encontram em aperto financeiro, além de, em alguns casos, carregar dívidas do Natal do ano passado. O recomendável é não se deixar levar pelas emoções, e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar o orçamento”, orienta Costa.

11% daqueles que compraram presentes no Natal de 2021 ficaram com o nome sujo
Segundo a pesquisa, 11% dos consumidores que realizaram compras de final de ano em 2021 ficaram com o nome sujo por causa das dívidas pendentes, sendo que 6% já limparam o nome e 5% ainda estão negativados. Em média, o valor das dívidas em atraso é de R$ 987.

A pesquisa revela que, em mais da metade das famílias (56%), os filhos participam, em alguma medida, do processo de escolha dos presentes que vão receber dos pais. De acordo com a pesquisa, 44% dos pais compartilham com os filhos a decisão de que presente levarão para casa, ao passo que outros 12% deixam as crianças decidirem sozinhas o presente que vão ganhar. Já 41% dos entrevistados centralizam a decisão, sem permitir a participação dos filhos no processo de compra.

Na avaliação do presidente da CNDL, o envolvimento da criança no processo de escolha dos presentes pode ser saudável para a formação das crianças e uma oportunidade para ensinar noções básicas de educação financeira aos filhos.

“Os pais não podem camuflar a realidade financeira dentro de casa para satisfazer a vontade da criança. Mesmo que seja no Natal, uma data simbólica e importante para muitas famílias. Aprender a lidar com frustrações é uma condição importante do desenvolvimento infantil e pode ajudar a criança a aprender o valor do dinheiro desde cedo. O ideal é que esse comportamento seja estimulado de forma contínua e não apenas no Natal. O assunto ‘dinheiro’ não deve ser tabu, os pais devem tratar disso sempre com seus filhos, ensinando-os a valorizar os recursos financeiros e usá-los com sabedoria, sem exceder o orçamento”, orienta Costa.

A orientação para ficar atento aos apelos é importante uma vez que 11% dos entrevistados que irão presentear e são pais admitem que pretendem deixar de pagar alguma conta para poder atender as vontades de seus filhos.

Ouça a matéria da Rádioweb sobre a pesquisa: