Como as comunidades aproximam marcas e clientes
Proximidade é a palavra-chave para os negócios que querem se destacar na internet, e os influenciadores podem ser um bom caminho para a marca se tornar próxima de sua clientela.

O crescimento das redes sociais e do e-commerce deram voz e lugar para os influenciadores digitais, que hoje impactam a decisão das pessoas, sobretudo na jornada de compra. Os influencers são profissionais especializados em criar comunidade e sentido de pertencimento, o que é fundamental para quem quer se conectar com o seu público.
Proximidade é a palavra-chave para os negócios que querem se destacar na internet, e os influenciadores podem ser um bom caminho para a marca se tornar próxima de sua clientela. “A palavra comunidade está em alta no momento, mas precisamos parar de relacionar essa palavra ao número de seguidores. É muito mais do que isso”, explica Ana Paula Passarelli, COO e co-fundadora da Brunch, agência especializada em serviços para criadores e influenciadores digitais e marcas que buscam criar como eles.
É muito fácil contratar serviços para impulsionar os números de seguidores, mas isso não significa que trará resultados. Já a comunidade permite a marca construir uma relação com seus seguidores, sejam eles muitos ou poucos. “Criar a comunidade é muito importante. Nutrir esse relacionamento faz com que seja mais fácil vender e mais prazeroso trabalhar com essas pessoas. A qualidade é muito mais importante que a quantidade”, conta a co-fundadora da Brunch.
Para as mulheres, se sentir parte da comunidade é ainda mais importante. “A mulher se sente mais segura quando lida com pessoas que conhece e que confia. É o que nós buscamos no KondZilla e no HERvoluiton: trazer essas mulheres para dentro da comunidade da música urbana”, diz Alana Leguth, co-criadora da KondZilla, canal de música, e idealizadora do HERvolution, programa semanal de variedades sobre o universo feminino.
O canal e o programa de Alana falam sobre a música urbana e periférica, principalmente o funk. “É uma cultura muito rica: traz a dança, a música, uma maneira de se vestir e de se comunicar. Tudo isso traz para a comunidade uma sensação de pertencimento. Foi partindo dessa ideia que surgiu o HERvolution, precisávamos dar maior destaque para as artistas femininas e com o tempo virou um programa de TV, atingindo novas mulheres e mudando novas vidas”, relata.
Como criar uma comunidade
Para criar uma comunidade, é necessário trabalhar três pilares: identificação, consistência e atenção. “Quando você junta esses três em uma única imagem, você consegue conquistar seu público e, consequentemente, melhores condições de parcerias e negócios”, ensina Ana Paula Passarelli.
Já do ponto de vista de alguém que busca influenciadores para divulgar sua marca, é necessário seguir um padrão de procura. O primeiro passo é realmente acompanhar as atividades de quem surge como uma opção, analisar as outras parcerias e a reação do público. Depois, deve-se avaliar como é a interação desse influenciador com seus seguidores. Se ambos forem positivos é muito provável que a parceria seja um sucesso.
Por outro lado, paciência, empatia e diálogo são os caminhos para manter uma comunidade ativa. “Acho que isso é essencial, principalmente, quando você está na liderança de algo ou quando você é uma referência na comunidade. Empatia e diálogo são cruciais para se colocar no lugar da pessoa e conseguir criar opções a fim de mantê-la na comunidade; e paciência porque não é fácil, ainda mais quando se está relacionando com artistas e influenciadores, que são pessoas de personalidade um pouco mais difícil”, explica Alana Leguth.
Segundo a COO da Brunch, o principal é colocar a comunidade à frente do eu. “É preciso conseguir se abster de falar sobre o que é seu, das festas onde você está, do que você come, entender que o mundo não gira em torno de você, é em torno dos outros. Você precisa saber servir uma comunidade e não ser servido, assim você gera credibilidade para a comunidade. Também é necessário transparência. Hoje, o acesso à verdade é muito fácil, não adianta tentar crescer através de mentiras”, ela finaliza.
Edição: Fernanda Peregrino