Conheça a ferramenta que coloca inteligência e dados atualizados a serviço da cobrança

Radar de Recuperação SPC: nova solução do SPC Brasil ajuda empresas a identificar o melhor momento para cobrar

Shutterstock

Lidar com a inadimplência deixou de ser apenas uma tarefa operacional e passou a ser um desafio estratégico para empresas de todos os portes. Em setembro de 2025, 71,86 milhões de consumidores estavam negativados no Brasil, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteçao ao Crédito (SPC Brasil), o número que representa 43,14% da população adulta. Entre as empresas, a pressão também aumenta: a inadimplência de pessoas jurídicas cresceu 11,88% no último ano.

Com mais consumidores e empresas endividados, muitas companhias têm adotado um novo enfoque para recuperar valores: em vez de aumentar o volume de contatos, buscam entender quando o cliente volta a demonstrar capacidade de pagamento. Esse “timing da cobrança” tem ganhado atenção porque pode reduzir custos, melhorar a experiência do devedor e aumentar as chances de negociação.

O problema de cobrar “no escuro”

Hoje, boa parte das estratégias de cobrança ainda segue um padrão linear, baseado em calendários fixos de contato, independentemente da real condição financeira do cliente. Isso gera três desafios conhecidos no varejo:

• abordagem na hora errada, quando o consumidor ainda não reorganizou suas contas;
• custos altos de operação, especialmente para pequenas e médias empresas;
• risco de desgaste no relacionamento, sobretudo em dívidas de baixo valor.

À medida que a inadimplência avança, cresce também a busca por mecanismos que ajudem empresas a compreender se o cliente está, de fato, retomando a capacidade de pagamento.

Assim, nos últimos anos, soluções baseadas em dados passaram a fazer parte desse processo, oferecendo sinais de comportamento financeiro que antes não estavam disponíveis. Um exemplo é o Radar de Recuperação SPC, criado pelo SPC Brasil. Em vez de indicar apenas quem está devendo, o recurso informa quando um cliente inadimplente voltou a pagar outras dívidas, um indicador de que pode estar reorganizando o orçamento.

Para Michel Felix, gerente de soluções do SPC Brasil, o potencial está justamente na identificação de “momentos de retomada”. Segundo ele, o grande diferencial não é substituir modelos tradicionais, mas permitir que a empresa direcione suas ações, “no instante em que o cliente mostra sinais de recuperação financeira”, seja pelo pagamento de dívidas, seja por informações do Cadastro Positivo ou do SCR.

Como essa inteligência se traduz na prática

De acordo com o monitoramento escolhido pela empresa (diário, semanal, quinzenal ou mensal), o Radar aponta:

• quando o cliente quitou dívidas com outros credores;
• qual era a faixa de valor;
• há quanto tempo a dívida estava em atraso;
• o segmento da empresa que recebeu o pagamento.

Essas informações não resolvem sozinhas a inadimplência, mas ajudam a priorizar esforços e a calibrar o melhor momento para uma negociação. Já no comércio, onde dívidas de baixo valor se acumulam em grande volume, a busca pelo “momento certo” pode ter impacto direto no fluxo de caixa. Se um consumidor volta a pagar dívidas em empresas semelhantes, isso pode sinalizar espaço para renegociação, muitas vezes com soluções como desconto imediato, parcelamento facilitado ou reativação do crédito.

Essa abordagem tende a gerar um ganho adicional: o cliente sente a cobrança como oportunidade, não como pressão, o que amplia as chances de regularização e preserva o relacionamento.

Janela de recuperação

Com o pagamento do 13º salário, cresce o número de consumidores que tentam regularizar pendências. Para as empresas, dados sobre quem está pagando, e quando, ajudam a planejar campanhas mais oportunas e a evitar desperdício de esforço em perfis com baixa probabilidade de retorno.

A disponibilização do Radar de Recuperação SPC, acessível por meio das CDLs e Associações Comerciais vinculadas ao SPC Brasil, faz parte de um conjunto de iniciativas que buscam modernizar a relação entre crédito, cobrança e comportamento financeiro. A tendência aponta para um caminho em que a abordagem de recuperação deixa de ser padronizada e passa a responder a sinais concretos do consumidor.