13 maio, 2025
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Dia das Mães x endividamento: 27% admitem gastar mais do que podem na hora das compras

Apelo da data pode levar o consumidor a apertos no orçamento: 27% dos entrevistados admitem gastar mais do que podem

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Dia das Mães x endividamento tenha equilíbrio na hora das compras

O impulso de presentear quem se ama pode causar endividamento, caso não ocorra controle. Segundo a pesquisa de Intenção de Compras para o Dia das Mães, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 27% dos entrevistados admitem gastar mais do que podem, 13% cogitam até deixar de pagar alguma conta para comprar o presente, e 32% já chegam à data com contas em atraso — desses, 63% estão com o nome negativado.

O levantamento revela ainda que, em 2024, 15% dos que compraram para o Dia das Mães ficaram com o nome sujo, e 4% ainda mantêm essa situação até hoje. “Nas classes C, D e E, identificamos maior propensão a extrapolar o orçamento, justamente pela menor folga de caixa”, observa Merula Borges, especialista em finanças da CNDL.

Esses números acendem o alerta sobre o risco de superendividamento sazonal e reforçam a necessidade de equilíbrio financeiro na hora de celebrar.

Sinais de alerta

A pressão emocional de 51% que veem o presente como retribuição ao carinho materno leva muitos a comprometerem outras despesas. “Adiar o pagamento de contas é um sinal claro de que o consumidor está abrindo mão de compromissos essenciais em troca de um momento de afeto, o que pode gerar multas, juros e um ciclo de endividamento”, alerta Merula.

Como resultado, quase 1/3 já enfrentam atrasos antes mesmo de efetivar a compra e muitos recorrem a parcelas para diluir o impacto: 56% pretendem financiar o presente, em média, em quatro vezes no cartão de crédito.

A ânsia de garantir o presente ideal faz com que muitos ignorem essa recomendação básica de finanças pessoais: manter, pelo menos, duas semanas de despesas guardadas. Confira algumas recomendações da especialista em finanças da CNDL:

  • Defina um teto de gasto: antes de visitar a loja física ou navegar em sites, estabeleça um valor máximo e não ultrapasse — lembre-se do ticket médio de R$ 298, mas adapte-o à sua realidade.
  • Priorize o pagamento à vista: o PIX (46%) e o débito (23%) não geram juros; quem puder, aproveite descontos extras oferecidos pelos lojistas.
  • Use o parcelamento com critério: se necessário, divida em até 2 vezes sem juros e evite esticar para 4 ou mais prestações, que pesam no orçamento futuro.
  • Pesquise antes de comprar: 79% pesquisam preços; aproveite esse hábito para comparar ofertas e encontrar promoções reais.
  • Monte seu próprio “fundo Dia das Mães”: todo mês, reserve uma pequena parcela de sua renda para essa data; assim, evita surpresas e não sacrifica outras contas.

Para auxiliar e ajudar o consumidor, o lojista pode adotar práticas de crédito consciente no ponto de venda, como simuladores de parcela que mostrem o valor real de cada prestação. “Programas de renegociação de dívida, em parceria com instituições financeiras, também ajudam quem já chegou ao limite a retomar o controle e evitar a negativação”, afirma Merula.

Celebrar o Dia das Mães é fundamental, mas sem comprometer a saúde financeira. Com planejamento, pesquisa e disciplina, é possível surpreender quem amamos sem criar problemas que se estendam além da data.