Mais de 10% da população brasileira é da Geração Z, e mercado aposta nesse público
Consumo consciente, busca por experiências e engajamento em redes sociais compõem características desses nativos digitais
ShutterstockDe acordo com o último censo do IBGE, a população brasileira entre 15 e 29 anos passa de 21,1 milhões. É nessa faixa etária que está a Geração Z, composta por pessoas que nasceram entre os anos de 1997 e 2010. Ela corresponde, portanto, a mais de 10% dos 203 milhões de habitantes do país. São adolescentes e jovens, em regra, iniciando-se ou já iniciados no consumo. São estudantes, universitários, recém-formados, ou em busca de colocação na carreira e de experiências outras.
Não à toa, o mercado aposta nesse público. O Relatório de Economia Bancária, do Banco Central, mostra que em uma década cresceu em 50% o número de contas bancárias abertas por jovens entre 15 e 24 anos. Os bancos digitais, que emergiram nesse período, aproveitaram essa expansão, afinal a Geração Z é constituída de nativos digitais, portanto, ambientada às tecnologias da informação e comunicação.
Em artigo em que avalia o comportamento da Geração Z, o Sebrae classifica esse público como “mais atento financeiramente”. Também, muito preocupado com o consumo sustentável. “É uma geração que entende e sabe que precisa lidar com problemas climáticos”, informa o texto. “Isso faz com que sejam consumidores mais exigentes. Eles não querem apenas um produto, mas uma experiência e querem sentir que o valor pago é justo e valeu a pena.”
A instituição também destaca o engajamento da Geração Z em redes sociais digitais. Tanto que esse público dispensa buscadores convencionais (como Google) para realizarem suas pesquisas nas próprias redes – TikTok e Instagram são as mais utilizadas para isso. “Cerca de 40% da Geração Z optam pelo TikTok ou Instagram na hora de fazer uma pesquisa por produto ou estabelecimento”, afirma o material.
Nesse sentido, empresas que lançam mão da tecnologia, mas principalmente concatenadas que os anseios da Geração Z, tendem a melhor se relacionar com esse público. Isso quando elas próprias, essas empresas, não são criadas por integrantes de tal geração.
É o caso, por exemplo, da Cheers, uma universitech – plataforma que conecta universitários – fundada em Curitiba, e que hoje atende atléticas e outras entidades estudantis de cursos superiores de instituições de todo o país. Criada em 2018, já ultrapassou a marca de 1 milhão de universitários impactados.
A startup nasceu para, fornecendo soluções tecnológicas, auxiliar as entidades estudantis na organização e gestão dos eventos que promovem para seu público. Vendas de ingressos, controle das finanças e, principalmente, conexão com os universitários estão entre as funcionalidades proporcionadas. Eventos, como festas e atividades técnicas, competições esportivas e até a preparação e treinamento dos atletas e equipes têm gestão auxiliada pela plataforma e aplicativo.
A empresa tem a meta de triplicar de 1 milhão para 3 milhões o número de universitários impactados. Factível? Para o CEO da Cheers, Gabriel Russo, absolutamente possível. Além de se preocupar em conhecer e conectar a Geração Z, oferecendo o que mais esse público busca (experiências, consumo responsável, entre outros atributos), a plataforma aposta na expansão do número de universitários do país. Segundo o mais recente Censo do Ensino Superior no Brasil (2023 ano base 2022), são mais de 22,7 milhões de vagas em graduação disponíveis em quase 2,6 mil instituições.
A esse público potencial, a Cheers tem se preocupado em desenvolver soluções que auxiliem o cotidiano do universitário. Fornecer informações sobre os cursos, as instituições e a rotina da vida universitária; promover a conexão entre os estudantes e restaurantes, bares e baladas; e facilitar acesso a serviços e lazer para estudantes que se instalam em nova cidade para estudar estão entre as funcionalidades que a universitech busca oferecer a seu público.
“Queremos fazer parte do universitário em toda sua jornada, nessa fase da vida que é ímpar. A maior parte dos universitários de hoje é de nativos digitais, letrados e ambientados na cultura digital, mas preocupados com o planeta em que vivem e que desejam produtos e serviços que signifiquem experiência”, avalia o CEO da Cheers.