Movimento Varejo

O que o consumidor espera do varejo físico?

No primeiro dia da Varejo Summit, especialistas mostram que mesmo com o avanço da vacinação, consumidores esperam a manutenção dos protocolos de segurança nas lojas, como o uso de máscara

“Na nova economia, você coloca o cliente no centro: escuta o que ele quer e entende se o que está oferecendo para ele tira uma dor ou dá algum prazer. Quem se despertou para isso, saiu na frente na pandemia, sobretudo se já estivesse no digital, pois conseguiu minimizar a dor das pessoas de não poder sair de casa”, afirmou Priscilla Erthal, cofundadora da Orgânica, aceleradora de negócios, nesta segunda-feira (26), no primeiro dia da Varejo Summit.

Promovida pelo TransformaçãoDigital.com, a segunda edição do evento online e gratuito segue até a próxima sexta-feira (30). A conferência terá a participação de 50 especialistas, que abordarão questões ligadas a oitos temáticas: Customer Experience; Marketing e Vendas; Logística e Supply Chain; Transformação Digital na Prática; E-commerce; Tecnologias, Ferramentas e Dados; Segurança Online; e Governo e Associações e Serviços Financeiros.

Fernanda Romano, chefe global de Marketing e Inovação da Alpargatas, fabricante da Havaianas, também participou do encontro e apontou algumas das demandas do consumidor. Os protocolos de higienização e o uso das máscaras faciais nas lojas físicas e a preferência por ambientes com ventilação natural são exigências e cuidados dos usuários neste novo normal, sobretudo com as descobertas de variantes mais contagiosas do coronavírus.

“Estamos sentindo que as pessoas terão uma preferência por ambientes com ventilação natural. Hoje, nos Estados Unidos, as pessoas estão reservando mesas na área externa dos restaurantes. Agora, vão continuar comprando na rua. Desde que reabriu o mercado americano, temos vistos as vendas nas lojas online caírem, enquanto aumentam nos pontos físicos. Então, as pessoas estão com vontade de sair de casa, de pegar produto na mão e de, realmente, estar do lado de fora (de casa)”, disse Fernanda Romano.

Por outro lado, as empresas não podem perder o omnichannel de vista. Segue sendo uma estratégia importante para o varejo mundial, de acordo com a especialista em marketing e inovação.

“É premente ter uma infraestrutura de omnichannel. Criamos uma raça nova de usuários que quer comprar quando, onde e como quiser. Acostumamos mal o nosso usuário final, que não voltará atrás. Continuarão querendo toda esta comodidade e praticidade”, alerta a diretora da Alpargatas.

Apesar de exigir a multicanalidade, o consumidor brasileiro não está disposto a pagar mais que 10% a 12% pelo frete do produto. Segundo Fernanda Romano, esta é uma questão sensível no mercado nacional.

“Imaginando que no primeiro trimestre de 2022, 60% da população brasileira está vacinada, ou seja, mais segura para circular na rua, a equação do valor do frete terá mais peso. Ainda que o usuário queira a comodidade da entrega, não estará disposto a pagar os 12%”, destacou a especialista em Marketing e Inovação, indicando ainda que a saída é investir na modernização da malha logística.

Black Money
A comunidade negra no Brasil movimenta quase R$ 2 trilhões por ano.A maior deste recurso não chega aos empreendedores negros. A informação é de Alan Soares, sócio-fundador do Movimento Black Money (MBM), que também participou do primeiro dia da Varejo Summit.

A MBM surgiu justamente para fomentar e fortalecer o empreendedorismo negro, retendo esta riqueza nas comunidades e gerando desenvolvimento. Na pandemia, o grupo criou um marketplace, que hoje tem 1500 lojas, para ajudar os afroempreendedores a enfrentar as restrições de funcionamento do comércio e também oferecer seus produtos e serviços em diferentes plataformas, como redes sociais e aplicativos de mensagem. Com isso, os empreendedores das comunidades que antes só atuavam no varejo físico, tiveram a oportunidade de aproveitar o aumento da demanda de consumo online.

“Estamos trazendo o afroempreendedor para a transformação digital, ajudando desde a inserir seus produtos no marketplace, de forma qualitativa, até mesmo a utilizar as redes sociais para catalisar as vendas”, disse Nina Silva, sócia-fundadora MBM.

Alan Soares lembrou ainda que o principal desafio foi mostrar como este empresário poderia gerar uma experiência de consumo através das vendas online, agregando valor aos produtos e serviços.

“Hoje, não basta ter muitos produtos na loja. É preciso despertar nas pessoas o desejo de compra, seja promovendo experiências sensoriais, no caso de uma loja de perfume, seja por meio de parcerias com influenciadores digitais, no caso de produtos de maquiagem. O empreendedor deve estar muito conectado com o público dele e ter muito cuidado em como comunica o produto e a marca”, ressaltou Alan Soares.

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