Resgate necessário
No dia 28/9, durante o jantar solene, o FNC foi palco do lançamento do livro “CNDL 60 anos – A história da maior representante do varejo do Brasil”, publicação produzida para marcar o jubileu de diamante da Entidade.
Livro visita o passado para fazer registro inédito dos 60 anos da CNDL, a maior representante do varejo do Brasil
Lojistas do Brasil, embrião da CNDL.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) realizou, em Brasília, seu V Fórum Nacional do Comércio (FNC). Nesta terça-feira (28) e quarta-feira (29), as principais lideranças lojistas se reuniram em palestras e painéis para discutir o presente e o futuro do varejo nacional. Mas o encontro também serviu para fazer um mergulho no passado da CNDL
Na terça-feira, durante o jantar solene, o Fórum foi palco para o lançamento do livro “CNDL 60 anos – A história da maior representante do varejo do Brasil”, publicação produzida para marcar o jubileu de diamante da Entidade.
O livro, que deveria ter ficado pronto em 2020, ano do aniversário da Confederação, teve seu projeto suspenso por conta da pandemia da Covid-19, e só foi retomado em 2021, quando as condições técnicas se tornaram mais adequadas para a feitura do material. Com 157 páginas, a publicação faz um longo voo pela história do comércio no mundo, sua chegada ao Brasil, o desenvolvimento da atividade comercial no país e, claro, a criação, em 1960, do Clube dos Lojistas do Brasil, semente do que mais tarde foi denominado Confederação Nacional de Dirigentes Lojista.
“Esse livro recupera uma falha grave da nossa entidade, que ao longo dos anos nunca havia pensado em organizar sua história em um documento formal”, diz o presidente da CNDL, José César da Costa, que em 2019 iniciou os preparativos para os festejos dos 60 anos da Entidade. A pesquisa foi iniciada no dia 10 de fevereiro de 2020, quando o presidente da CNDL, José César da Costa, traçou as metas do que convencionou-se chamar “Projeto Memória”, que incluía, além do levantamento histórico e um projeto de indexação e guarda de documentos, a publicação do livro.
O trabalho de resgate, feito por uma empresa especializada, durou dois meses. Para realizá-lo, a equipe de pesquisa vasculhou os arquivos que a entidade já possuía, revirou registros de jornal, institutos históricos e centros de documentação de periódicos. Também foram colhidas entrevistas e depoimentos feitos com personagens ligados diretamente ao Sistema CNDL. Ao todo, foram 30 registros de lojistas, colaboradores, ex-presidentes e as lideranças mais envolvidas com o movimento lojista.
O resultado é um livro muito bem ilustrado e documentado, com dezenas de imagens raras, fac símille de documentos históricos e até QR Codes que servem como link para eventos como a cerimônia de 60 anos da CNDL, transmitida pelo Youtube em 2020, e para a o Hino da Nação Lojista.
O peso da história
Para o autor do livro, o jornalista e editor de conteúdo da CNDL, Humberto Viana, voltar no tempo foi uma oportunidade para dar novo peso histórico ao movimento lojista. “É comum dizer que a década de 50 representou um período de grandes transformações para o Brasil, com conquistas e feitos, como a vitória da Copa do Mundo de 1958, o sucesso da Bossa Nova e a construção de Brasília, mas pouco se fala de movimentos que nasceram naquele momento e que tiveram grande importância, como foi o movimento lojista, que surgiu como representação de um setor que se tornava cada vez mais importante para a economia do país”, explica.
“Mais do que uma entidade representativa, a CNDL foi a materialização de um setor que ao longo dos anos foi tomando lugar na vida das pessoas, formando cultura urbana e que naturalmente acabou reivindicando participação mais ativa nas decisões políticas”, diz Humberto sobre a importância que o livro dá aos anos iniciais da CNDL.
O jornalista conta que, ao fazer o livro, percebeu que a história do Sistema CNDL deu muitas voltas, mas nunca deixou de estar vinculada ao espírito seminal da CNDL: o associativismo. “Essa ideia da “união que faz a força” tem um significado especial dentro da CNDL”, conta. “Por muito tempo foi esse sentimento que manteve a Entidade viva e que, nos momentos mais decisivos, deu tranquilidade para as lideranças se organizarem em torno de consensos”.
Humberto lembra de passagens como a do Plano Real, a tentativa fracassada do governo Sarney de domar o descontrole inflacionário nos anos 80. “A ideia de controlar a inflação de maneira artificial, na base da canetada, acabou satanizando empresários do comércio, que apenas obedeciam as leis do mercado. Naquele momento, a CNDL teve que se impor e mostrar sua força. Conseguiu colar centenas de empresários nas ruas do Brasil pedindo respeito à atividade comercial”. O episódio está descrito no livro.
Organização do tempo
Uma das tarefas da publicação foi organizar o desenvolvimento da Entidade. Assim, além da história do movimento lojista, a publicação narra o desenvolvimento de outras organizações que se confundem com a CNDL, como o SPC Brasil, quase uma força motriz para a criação de várias Câmara de Diretores Lojistas. A história da SPC foi narrada em detalhes inéditos, assim como a criação da CDL Jovem, uma usina de formação e renovação dentro da Confederação.
O livro também organizou a participação dos presidentes da CNDL e seus principais feitos. “Foi difícil resgatar cada detalhe desses 60 anos, mas graças ao arquivo de revistas das CNDL foi possível montar uma linha lógica da Entidade”, diz Humberto.
“CNDL – 60 anos” avança até os dias atuais, com o processo qualificação dos associados em projetos como o PP 4.0, as lutas no Congresso Nacional pela liberdade econômica e até mesmo o choque de transformação causada pela pandemia no comércio e na CNDL.
“A ideia era arejar a história de uma entidade que já se encontra no auge da sua maturidade institucional, mas também queríamos garantir que pesquisadores e futuros líderes lojistas tenham um ponto de partida para contar e recontar essa jornada e, assim, fortalecer as bases do movimento lojista”, explica José César.
O livro “CNDL 60 anos – A história da maior representante do varejo do Brasil” não é um produto comercial e sim institucional. Logo após o término do Fórum Nacional do Comércio ele será distribuído para todo o Sistema CNDL.
