06 nov, 2025
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Como a NRF 2026 antecipa as próximas fronteiras do varejo

Eduardo Yamashita, da Gouvêa Ecosystem, destaca as principais tendências da NRF 2026 e explica como o varejo brasileiro pode transformar inspiração em ação

Divulgação: NRF - National Retail Federation
NRF - National Retail Federation

Em janeiro de 2026, Nova York será novamente o ponto de convergência da inovação mundial com a NRF 2026, Retail’s Big Show, o maior evento de varejo do planeta. Sob o tema “Next Now”, a conferência deve reunir mais de 40 mil executivos de mais de 90 países e mais de mil expositores que apresentarão soluções e tendências sobre o futuro das lojas, da tecnologia e do consumo.

Para o diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita, a nova edição reforça um recado claro: o futuro deixou de ser uma promessa e passou a ser um processo em andamento. “Três temas que os varejistas brasileiros devem ficar atentos são o Hub OmniPDX, a nova geração de loja física que integra produto, dados e experiência em um mesmo ambiente potencializado por IA; a diversificação dos negócios por meio de plataformas de soluções; e a aplicação prática da inteligência artificial, tanto preditiva quanto generativa, que está deixando de ser um experimento e se tornando o motor real da eficiência e da personalização”, explica.

Yamashita destaca que o varejo brasileiro vive uma transição importante, deixou de ser apenas observador para se tornar experimentador original, com soluções criadas e adaptadas à realidade local. Ainda assim, há obstáculos estruturais que dificultam a tradução de tendências globais em práticas competitivas.

“Gostamos de citar a frase de William Gibson: ‘O futuro já está aqui, só não está uniformemente distribuído.’ Cada país inova onde a necessidade é maior, o Brasil é referência em meios de pagamento e criatividade no ponto de venda; a China domina digitalização e ecossistemas; os EUA, a plataformização e a industrialização da IA. Nosso principal desafio é transformar inovação em escala: garantir dados de qualidade, cultura digital e velocidade de execução. Falta menos inspiração e mais arquitetura”, reforça.

Curadoria e execução: o segredo para aproveitar a NRF

Com centenas de palestras e milhares de expositores, a NRF pode facilmente se tornar um festival de ideias difíceis de aplicar. Para o especialista, o segredo está na curadoria inteligente. “Sempre recomendo aos nossos clientes que escolham de três a cinco iniciativas realmente exequíveis para implementar no ano. O importante é focar no que traz retorno rápido, adaptando a inovação à realidade de cada negócio, porque não há uma única resposta, cada empresa vive necessidades distintas”, orienta Yamashita.

A loja viva e conectada: o novo centro de comunidade

Entre as tendências mais promissoras, Yamashita destaca a evolução da loja física para um papel multifuncional. “A loja do futuro mais aderente à nossa realidade é o que batizamos de Hub OmniPDX, uma loja viva, inteligente e conectada. Ela combina dados, IA e serviços para se tornar o centro de uma comunidade, não apenas um ponto de venda. Em Nova York, veremos exemplos concretos dessa integração total entre físico e digital. O desafio para o Brasil é usar essa inspiração para repensar o papel da loja, menos transacional, mais relacional e rentável”, explica.

Para que a NRF 2026 traga resultados concretos, o especialista recomenda preparação e disciplina. “Antes da viagem, defina o que quer aprender e quais temas mais se conectam ao seu negócio. Durante o evento, observe com olhar crítico: o que resolve um problema real da sua operação? Na volta, concentre-se em poucas iniciativas prioritárias, com dono, prazo e métrica de sucesso. A NRF só faz sentido se virar plano de ação. A inspiração é o ponto de partida, mas o valor real está na execução disciplinada”, conclui Yamashita.

Um novo ciclo para o varejo brasileiro

Mais do que um palco de tendências, a NRF 2026 representa uma bússola para o varejo brasileiro consolidar sua posição como um dos ecossistemas mais criativos e dinâmicos do mundo. A mensagem de Eduardo Yamashita ecoa o espírito da feira: o futuro não está à frente, ele já começou. E quem agir agora, estará nele antes dos outros.

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