18 dez, 2025
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Brincadeira que movimenta R$ 6,7 bilhões: amigo secreto ajuda o brasileiro a presentear gastando menos

53% dos entrevistados gostam da brincadeira

Envato
Brincadeira que movimenta R$ 6,7 bilhões: amigo secreto ajuda o brasileiro a presentear gastando menos

Entre risadas, presentes criativos e pequenas surpresas, o amigo secreto segue firme como uma das tradições mais queridas, e econômicas, do fim de ano. Mesmo com participação menor em 2025, a brincadeira ainda tem impacto expressivo no comércio brasileiro. Segundo a pesquisa “Participação em Amigo Secreto de Fim de Ano — 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, o costume deve injetar cerca de R$ 6,7 bilhões na economia neste fim de ano.

De acordo com o levantamento, 36% dos consumidores brasileiros pretendem participar de amigo secreto, o que representa 60,1 milhões de pessoas, cerca de 10 milhões a menos do que em 2023. O gasto médio por presente será de R$ 72, e cada participante deve se envolver em 1,6 eventos, em média.

A retração na adesão, porém, não significa desinteresse. O estudo mostra que 53% dos entrevistados gostam da brincadeira, enquanto 39% afirmam que ela é uma boa maneira de presentear gastando menos, um reflexo direto do comportamento mais racional e planejado do consumidor em 2025.

Economia com afeto

Para muitos brasileiros, o amigo secreto é uma forma de celebrar sem comprometer o orçamento. Ao limitar o valor dos presentes, a brincadeira permite incluir mais pessoas nas confraternizações, evitando desequilíbrios e gastos excessivos.

A prática se mantém popular especialmente em tempos de maior controle financeiro. Em um contexto em que o consumidor busca presentear com propósito e moderação, o amigo secreto surge como alternativa equilibrada: preserva o gesto simbólico do presente e dilui o custo da celebração.

O levantamento mostra que o ambiente familiar é o principal espaço da brincadeira: 69% dos participantes realizam o amigo secreto com parentes, 35% com amigos e 28% com colegas de trabalho.

O dado reforça o caráter afetivo e social da tradição, o presente não é apenas um item de consumo, mas uma forma de convivência. Mesmo entre aqueles que participam por costume, a brincadeira se consolida como símbolo de união e pertencimento.

Embora cada presente tenha valor médio baixo, a soma dos pequenos gastos movimenta um volume expressivo para o varejo, especialmente para lojas de presentes, cosméticos, papelarias, livrarias e marketplaces populares.

O ticket médio de R$ 72 impulsiona segmentos que apostam em produtos criativos, utilitários e personalizados, além de categorias que cabem no bolso, como acessórios, chocolates, canecas e itens de autocuidado.

O amigo secreto também estimula compras de última hora, o que favorece lojas físicas e empreendedores locais, que podem atrair clientes com promoções específicas e embalagens temáticas.

Uma tradição que se adapta

Apesar da queda na participação geral, a pesquisa mostra que o amigo secreto se reinventa com o tempo. Plataformas de sorteio online, listas digitais e trocas de presentes via aplicativos facilitaram a organização, tornando a brincadeira mais prática e acessível.

Para o consumidor, é uma forma de manter viva a celebração, menos sobre o presente em si e mais sobre o gesto de lembrar do outro. Para o varejo, é uma oportunidade de transformar pequenos valores em grandes volumes de venda.

Mesmo em um ano de consumo mais controlado, o amigo secreto reafirma seu papel como motor simbólico e econômico do fim de ano. Ele movimenta bilhões, aproxima pessoas e ajuda o brasileiro a equilibrar bolso e emoção.

No fim, é o retrato de um comportamento que define o espírito das festas: celebrar juntos, mas com consciência.

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