03 out, 2025
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Digitalização ainda é desafio cultural no varejo, afirma diretor da TOTVS

O varejista que não estiver digitalizado vai, inevitavelmente, vender menos

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Digitalização ainda é desafio cultural no varejo, afirma diretor da TOTVS

O futuro do varejo pode estar cada vez mais tecnológico, mas a grande barreira ainda é humana. Para Elói Assis, diretor-executivo de Produtos de Varejo e Distribuição da TOTVS, o principal gargalo do setor não está na falta de soluções, mas na forma como empresários e gestores encaram a digitalização.

“Hoje, o principal gargalo tecnológico do varejo brasileiro não está nas ferramentas ou nas soluções disponíveis — está nas pessoas. Ainda há muita gente que não enxerga o varejo como algo já transformado pelo digital, e isso cria uma desconexão perigosa com o consumidor atual, que já é híbrido por natureza”, afirma Assis.

O executivo será um dos palestrantes da BConnected 2025, evento que ocorre em São Paulo nos dias 7 e 8 de outubro, reunindo lideranças empresariais, especialistas e marcas que ditam o ritmo dos negócios no Brasil e no mundo.

A edição deste ano conta com o apoio institucional da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), reforçando o compromisso da entidade com o fortalecimento do setor varejista no Brasil. Além disso, o portal Varejo S.A. participa como media partner oficial do evento.

Bases antes das inovações

Apesar de temas como inteligência artificial, análise de dados e integração omnichannel dominarem as conversas no setor, Assis alerta que essas tendências ainda não estão implementadas de forma consistente na maioria das operações.

“Inteligência artificial está começando a entrar nas operações, análise de dados se fala há anos mas se faz pouco com impactos reais, e a integração omnichannel ainda patina, especialmente em redes de médio porte”, observa.

Antes de pensar em novas viradas, ele defende que o setor precisa “fazer o dever de casa” nessas frentes. Só então será possível aproveitar plenamente transformações emergentes como a IA agêntica, com agentes que tomam decisões autônomas, e a robótica aplicada a operações e atendimento.

Tecnologia como investimento, não custo

Outro ponto de atenção é a mentalidade de pequenos e médios lojistas. Para Assis, enquanto a tecnologia for vista como despesa, a digitalização continuará sendo deixada em segundo plano — e isso pode comprometer a competitividade.

“O varejista que não estiver atualização com a digitalização vai, inevitavelmente, vender menos. Modelos SaaS já permitem acesso simplificado, mas isso só funciona quando vem acompanhado de consciência estratégica: entender que o consumidor de hoje escolhe com base na conveniência, e isso exige presença integrada, fluida e responsiva”, destaca.

BConnected 2025

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