07 out, 2025
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Odete Roitman que o diga! Se até “Vale Tudo” precisou mudar, imagina sua marca

Com o remake em alta, Globo mostra como atualizar um clássico sem perder a essência

Reprodução/ TV Globo
Novela Vale Tudo ensina às marcas que querem atravessar gerações

O remake da novela mostra que tradição e reinvenção podem andar juntas, uma lição importante para marcas que querem atravessar gerações.

Se há algo que Odete Roitman nunca aceitaria, é ver o tempo passar sem manter o controle. Pois é exatamente isso que a Globo evitou ao trazer de volta Vale Tudo, um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira, agora repaginado para 2025. O remake, que termina em 17 de outubro, soube atualizar um clássico sem apagar sua essência. Um equilíbrio que muitas marcas ainda tentam encontrar: como evoluir sem perder o que as torna únicas.

Tradição não é sinônimo de estagnação

Assim como a nova versão de Vale Tudo preserva o embate ético e emocional entre Raquel e Maria de Fátima, mas o contextualiza em um mundo hiperconectado, marcas tradicionais também precisam revisitar suas narrativas sob a ótica do presente. Negócios que se apoiam apenas na força do nome correm o risco de se tornarem irrelevantes. Já aqueles que reconhecem o peso da própria história, mas traduzem seu propósito para o agora, mantêm-se vivos e desejados.

Casos como Hering, que resgatou o slogan “O Básico do Brasil” com uma nova estética, ou O Boticário, que transformou campanhas históricas em narrativas inclusivas e digitais, mostram que tradição e inovação não são opostos, mas complementares. Até a Casas Bahia, ícone da cultura popular, revitalizou seu mascote e ajustou seu tom de voz para falar com um público que consome tanto na loja física quanto no app.

Além disso sobre tradição, a nostalgia é um dos motores mais poderosos do consumo moderno. Em um cenário de excesso de estímulos, relembrar o passado traz conforto e familiaridade. Mas é preciso cuidado: nostalgia só funciona quando vem acompanhada de relevância atual.

O remake de Vale Tudo não tenta reproduzir o Brasil dos anos 80. Ele o reinterpreta. Da mesma forma, marcas que usam o passado como ponto de partida (e não como muleta) conseguem criar conexões emocionais duradouras. Produtos retrô, reedições e campanhas que resgatam jingles ou embalagens clássicas têm sucesso quando são capazes de dialogar com o presente e não apenas evocá-lo.

Autenticidade é o novo luxo

O consumidor de hoje valoriza histórias autênticas, marcas transparentes e propósitos claros. Ele busca o que é real, e não apenas o que é novo. Ao atualizar Vale Tudo, a Globo manteve o que realmente importa: o dilema sobre ética, poder e ambição, que convenhamos são temas que seguem universais. No varejo, é o mesmo: não basta mudar o logo, é preciso manter coerência entre discurso e prática.

Empresas que atravessam gerações fazem isso não porque mudam tudo, mas porque sabem o que não podem mudar seu propósito, seus valores e a forma de se conectar com as pessoas.

Enfim, mais do que uma novela, Vale Tudo é um lembrete de que o tempo só apaga o que não se reinventa. Para o varejo, a lição é clara: marcas longevas são aquelas que conseguem atualizar seus roteiros sem mudar o enredo principal. Assim como uma boa história, uma boa marca só continua relevante quando entende que o público muda e que o seu papel é evoluir junto com ele.

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