Turismo internacional volta a crescer após pandemia
Níveis de atividade subiram, mas setor ainda enfrenta desafios, como escassez de mão-de-obra e capacidade de rotas aéreas
Shutterstock
Após o baque da Covid-19, as atividades ligadas ao turismo internacional começaram a voltar aos níveis pré-pandemia, conforme estudo divulgado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF). Mas ainda não é hora de comemorar plenamente. Segundo o Índice de Viagens e Turismo (TTDI), do WEF, embora 71, das 119 economias classificadas tenham aumentado sua performance desde 2019, a pontuação média está apenas 0,7% acima dos níveis pré-pandemia.
No topo da lista de economias de 2024 estão os Estados Unidos, Espanha, Japão, França e Austrália. Já o Oriente Médio registrou as taxas de recuperação mais elevadas nas chegadas de turistas internacionais (20% acima do nível de 2019).
Os campeões em movimentação turística em 2024
- Estados Unidos
- Espanha
- Japão
- França
- Austrália
- Alemanha
- Reino Unido
- China
- Itália
- Suíça
No ranking acima, o Brasil ficou em 26º lugar. Mas foi destacado o potencial de crescimento do turismo internacional no país, junto com outros destinos emergentes, como Indonésia e Turquia.
O relatório do WEF destaca que, apesar do crescimento pós-pandemia, o setor do turismo internacional ainda enfrenta desafios complexos, com a recuperação variando conforme a região. As economias em desenvolvimento – que representam 52, das 71 que melhoraram desde 2019 – estão fazendo progressos, mas é necessário um investimento significativo para preencher lacunas e melhorar sua posição no mercado.
Ponto de inflexão
“Este ano marca um ponto de virada para o setor das viagens e do turismo. Sabemos que estas atividades têm a capacidade de desbloquear o crescimento e servir as comunidades através da transformação econômica e social”, afirmou Francisco Betti, chefe da equipe das Indústrias Globais no WEF.
O índice do WEF, segundo ele, oferece uma janela prospectiva sobre o estado atual e o futuro das viagens e do turismo, apoiando que os líderes naveguem pelas últimas tendências neste setor.
O WEF prevê também que a maior movimentação de turistas internacionais e a consequente contribuição do setor para o PIB global regressem aos níveis anteriores à pandemia ainda este ano. Se for gerido estrategicamente, o setor das viagens – que historicamente representou 10% do PIB e do emprego globais – tem o potencial de emergir como um contribuidor-chave para o bem-estar e a prosperidade das comunidades em todo o mundo.
Escassez de mão-de-obra
A escassez de mão-de-obra é uma questão do turismo internacional atualmente, e ela envolve desde a capacidade das rotas aéreas até o investimento de capital, a produtividade e outros fatores. Segundo o WEF, estes pontos foram agravados pela inflação global, que gerou aumentou os preços e nas questões de serviços.
Apesar da preponderância dos EUA e países europeus no relatório do WEF, os países em desenvolvimento registraram algumas das maiores melhorias nos últimos anos. Entre as economias de rendimento médio-alto, a China consolidou a sua classificação entre as dez primeiras. Já as economias de rendimento baixo a médio-alto representaram mais de 70% dos países que melhoraram as suas pontuações desde 2019, enquanto o MENA (países árabes e do Norte da África), assim como a África Subsaariana, estão entre as regiões que mais cresceram.
O Índice de Desenvolvimento de Viagens e Turismo é um relatório bienal publicado em colaboração com a Universidade de Surrey, que analisa os setores de viagens e turismo de 119 países em torno de uma série de fatores e políticas.