IA agêntica: o diferencial que pode transformar vendas em datas sazonais como o Dia das Crianças
Canais online, apps e marketplaces não só registram aumento de tráfego como revelam maturidade crescente:
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O comércio eletrônico vem mostrando sua força especialmente em datas comemorativas, o Dia das Crianças, por exemplo, se mantém como um dos períodos de pico para o varejo digital. Nesse contexto, canais online, apps e marketplaces não só registram aumento de tráfego como revelam maturidade crescente: operações mais estáveis, melhores integrações e ofertas mais personalizadas.
Uma peça-chave nessa evolução é a adoção de Inteligência Artificial agêntica, ou seja, agentes de IA que atuam de forma autônoma e proativa, ajudando a identificar problemas em tempo real, sugerindo ações e melhorando a experiência de usuários sem depender de intervenção manual constante. Em uma pesquisa realizada pela KPMG indica que atualmente 33% das empresas do setor de consumo e varejo já usam IA de forma parcial ou ampla. Nos próximos três anos, esse número pode saltar para 85%, o que representa um crescimento superior a 150%.
“Os Agentes de IA foram criados para lidar com o tipo de caos que só quem já viveu no varejo conhece. Em datas como Black Friday ou Dia das Crianças, tudo escala rápido: tráfego, pedidos, campanhas, pressão. E quando o volume sobe, os problemas também aparecem mais rápido”, afirma Rafael Guerra, fundador e CEO da Sinatra AI. “Isso reduz drasticamente o tempo entre o problema acontecer e alguém do time perceber. A IA não substitui as pessoas, mas dá a elas um superpoder: saber o que precisa de atenção agora, enquanto ainda dá tempo de corrigir.”
Além disso, quando falamos em maturidade, 55% já estão em fase de implementação, 27% se consideram líderes no uso de IA, e 18% ainda operam em fases iniciais. Em termos de orçamento dedicado, empresas já reservam cerca de 9% de seus gastos operacionais para IA, com previsão de esse percentual subir para 13,8% nos próximos três anos.
Reflexões dos consumidores
Segundo o Connected Shoppers Report da Salesforce, 75% dos varejistas dizem que agentes de IA serão essenciais para manter vantagem competitiva até 2026. No Brasil, uma pesquisa levantou que 73% dos varejistas pretendem aumentar investimentos em IA ainda em 2025.
Ainda no cenário nacional, 82% dos entrevistados afirmam que a IA será indispensável para competir no mercado a curto prazo; consumidores, por sua vez, demonstram alto interesse em agentes de IA em programas de fidelidade (75%) e esperam respostas rápidas no atendimento ao cliente via IA (72%).
Para Guerra, esse impacto é invisível, mas perceptível: “A maioria dos consumidores nem imagina que tem uma IA por trás garantindo que tudo funcione. E é justamente esse o melhor cenário. Quando ele entra no site e tudo está disponível, o preço está certo, o frete é o que foi prometido, o pedido chega no prazo e o atendimento resolve rápido, ele sente que a marca é confiável. Isso só é possível porque, nos bastidores, alguém está garantindo que os erros não passem despercebidos.”
Desafios
Mas por que então que as datas comemorativas exigem uma IA mais avançada, mais trabalhada? Bom, em momentos como o Dia das Crianças, o volume de acessos, buscas e pedidos sobe drasticamente. Isso traz desafios específicos:
- Atendimento ao cliente: filas de espera, resposta tardia ou mal personalizada podem gerar abandono de carrinho.
- Sugestões de produtos irrelevantes ou genéricas perdem valor: os consumidores esperam recomendações que façam sentido para seu perfil, seus gostos.
- Gestão operacional: logística, previsão de demanda, estoques e fluxo de compras precisam estar ajustados para evitar rupturas ou atrasos.
“Quando a empresa investe em soluções mais completas, com agentes autônomos monitorando diferentes frentes do negócio, ela ganha uma nova forma de operar. Não fica mais refém de alertas genéricos ou relatórios do dia seguinte. Passa a ter inteligência em tempo real, que aponta onde está perdendo dinheiro, onde pode ganhar mais e como ajustar sem perder tempo”, reforça Guerra.
Empresas que já investem em IA agêntica, sistemas que identificam, por exemplo, anomalias de venda, padrões de desistência ou gargalos, tendem a mitigar esses problemas. Elas ganham agilidade, reduzem perdas e aumentam conversão e fidelização, como por exemplo: detecção automática de anomalias, onde é possível identificar em tempo real prejuízos de conversão ou problemas em checkout, estoque ou frete, acionando alertas ou ações imediatas; recomendações personalizadas, com base em comportamento prévio do consumidor, compras passadas ou padrões similares de outros clientes, sugerir produtos que façam sentido; suporte proativo via chatbots ou agentes virtuais, cujo intuito é oferecer ajuda antes mesmo que o consumidor levante problemas, por exemplo, avisar sobre atrasos logísticos ou falta de estoque; ajuste dinâmico de inventário e alocação ao usar modelos preditivos para direcionar produtos aos centros de distribuição mais próximos dos clientes para garantir entregas rápidas; e a experiência omnichannel fluida, quando o cliente transita entre loja física, app e website, o agente de IA pode garantir continuidade do atendimento, lembrando histórico de interação, preferências, carrinho abandonado, etc.
Quem já está no mercado
A Sinatra, por exemplo, se posiciona como copiloto AI que detecta anomalias em tempo real em e-commerce. Isso permite que marcas como grandes varejistas ou marketplaces se antecipem a problemas. Isso é, tais agentes ajudam em fluxos de atendimento, sugestões, auditoria automatizada, rastreamento de falhas de processo.
“O básico já não garante o resultado, e às vezes nem move mais o ponteiro. Usar IA só para recomendar produtos ou fazer campanha automática não é mais diferencial. Todo mundo faz”, observa Guerra. “O que separa quem cresce de forma sustentável de quem está sempre apagando incêndio é a capacidade de tomar decisões melhores, mais rápido e com base em dados confiáveis.”
Preparar um e-commerce para datas como o Dia das Crianças envolve muito mais do que estocar produtos ou garantir promoções: trata-se de investir em inteligência de ponta, em agentes que atuam de maneira autônoma, antecipando problemas e personalizando a experiência.
Empresas que vão além do “básico”, que investem em soluções completas de IA agêntica, tendem a sair na frente: menores taxas de abandono, melhor experiência de cliente e resultados superiores de fidelização e lucro.