Como evitar golpes na era dos meios de pagamentos digitais
O advogado Francisco Gomes Júnior lista alguns cuidados que os negócios e os cidadãos devem ter para evitar as tentativas de fraude nas redes sociais, aplicativos, PIX e WhatsApp Pay.

O advogado Francisco Gomes Júnior lista alguns cuidados que os negócios e os cidadãos devem ter para evitar as tentativas de fraude nas redes sociais, aplicativos, PIX e WhatsApp Pay
Aproximadamente 16,7 milhões de brasileiros sofreram algum tipo de fraude financeira pela internet nos últimos 12 meses, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae). A pesquisa divulgada no mês passado mostra que houve um importante aumento nas fraudes ocorridas pela internet no Brasil, com o crescimento das compras online.
“Para alguns, os golpes são dados basicamente em quem tem dinheiro. No entanto, golpes são dados em todas as faixas de renda e as vítimas podem ter saldo no banco ou não”, afirma advogado Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital. “Golpes no INSS obrigam, por exemplo, a Previdência Social a exigir a “prova de vida”, aponta.
Diante deste cenário, a equipe da Varejo SA tem trazido dicas para os empreendedores brasileiros se protegerem dos crimes eletrônicos e também blindar seus clientes. Recentemente, mostramos como lojas onlines podem se defender das fraudes online. Ontem (20), o especialista em Tecnologia da Informação da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Wendel Alves, deu algumas ideias de como não ser vítima de ataques cibernéticos.
Hoje, é a vez do advogado Francisco Gomes Júnior, que já foi presidente da Comissão de Ética Empresarial da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP), listar alguns cuidados que os negócios e os cidadãos devem ter para evitar as tentativas de fraude nas redes sociais, aplicativos e ferramentas de pagamento, como PIX e WhatsApp Pay.
“Nunca abra mão das dicas mais comuns, como tomar cuidado ao acessar sites pouco conhecidos e não clicar em links duvidosos. E ao receber uma ligação de instituições bancárias pedindo dados, a pessoa deve desligar e retornar a ligação para a sua agência, a fim de confirmar se a ligação partiu realmente do banco onde é correntista”, alerta o advogado.
Confira as medidas essenciais para evitar os golpes cibernéticos:
Cuidados básicos
- Não acessar sites desconhecidos ou clicar em links duvidosos. Na prática, não clique em nada sem checar a procedência;
- Não forneça dados desnecessariamente;
- Não enviar fotos de documentos;
- Não acreditar em promoções com valores muito abaixo dos praticados no mercado;
- Não transferir dinheiro aos contatos sem antes confirmar a procedência do pedido.
- Não use senhas óbvias e não armazene essas senhas no celular ou computador. Seus equipamentos podem ser furtados, roubados ou invadidos e as senhas capturadas;
- Nas redes sociais, a postagem de fotos de viagens, de veículos ou casas, etc. demonstram o padrão de vida e muitas vezes até o endereço. Jamais faça check in em sua própria residência, isso o torna localizável;
- Nos aplicativos, além de utilizar a verificação em duas etapas para acesso, combine palavras chaves com seus contatos para comprovar a veracidade da mensagem.
Cartão de crédito
- Na hora de pagar, utilize o cartão de crédito virtual, ou seja, aquele número de cartão que o banco emite virtualmente para uma única compra – hoje, serviço fornecido pela maior parte dos bancos.
PIX
- Não faça cadastro de PIX por contato telefônico (bancos não fazem isso);
- Não clique em links por WhatsApp, SMS ou e-mail de banco que supostamente direcionam para cadastro ou confirmação de PIX;
- Mesmo quando for transferir para conhecidos, verifique se a pessoa não foi clonada.
“No ano passado, o PIX passou a ser uma das alternativas para transferência de dinheiro e pagamentos instantâneos, permitindo transações 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados. Obviamente, os golpistas passaram a mirar esse meio de pagamento eletrônico e a maioria das fraudes acontece por falha de vigilância”, adverte o advogado.
WhatsApp Pay
“O mais recente meio de transferências é o WhatsApp Pay, função do aplicativo onde se pode transferir dinheiro. A transferência é feita através do Facebook Pay e conta com a proteção de PIN, biometria e token. Mas como todo novo serviço, será objeto de armadilhas virtuais. Cuide-se com os cuidados de sempre”, ressalta o especialista em Direito Digital.
Portanto, é recomendável:
- Não clicar em links desconhecidos (promoções e ofertas muito vantajosas);
- Não repassar códigos recebidos por SMS;
- Evitar fazer transações em redes públicas de internet;
- Manter o WhatsApp sempre atualizado (última versão) e a verificação em duas etapas habilitada.