Dia das Mães deve movimentar 33 bilhões de reais no varejo
Data deve levar 128 milhões de brasileiros às compras. Roupas, calçados, acessórios e perfumes serão os principais presentes. Média dos gastos será de R$ 258
Considerada pelos varejistas como a principal data comemorativa do primeiro semestre e a segunda melhor do ano em termos de faturamento, perdendo apenas para o Natal, o Dia das Mães deve movimentar o comércio nos próximos dias. Levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise, revela que 79% dos consumidores devem realizar pelo menos uma compra no período. A expectativa é de que aproximadamente 128,7 milhões de brasileiros presenteiem alguém este ano, o que deve movimentar uma cifra próxima de R$ 33,2 bilhões nos segmentos de comércio e serviços.
As principais presenteadas serão as mães (78%), a esposa (18%) e a sogra (16%). O levantamento aponta que 23% dos consumidores devem gastar entre R$ 101 a R$ 200 com os presentes, enquanto 22% mais de R$ 400. Em média, os consumidores pretendem comprar 2 presentes na data, com um ticket médio de R$ 258 considerando todos os gastos.
Baixe a pesquisa sobre a Intenção de Compras no Dia das Mães de 2023.
Entre aqueles que pretendem comprar presentes, 59% acreditam que as mães merecem o presente por seu carinho e esforço, 19% consideram que presentear é um gesto importante e 19% têm o costume de presentear as pessoas que gostam.
Em relação aos gastos, 28% pretendem gastar o mesmo valor este ano quando comparado a 2022, enquanto 38% esperam gastar mais, sendo os principais motivos: comprar um presente melhor (44%); os produtos que querem comprar estão mais caros (40%); e vão comprar mais presentes (23%).
Por outro lado, 23% têm intenção de gastar menos, devido as razões: economizar dinheiro (30%), orçamento apertado (21%) e piora do cenário econômico em relação a 2022 (20%).
“O Dia das Mães é considerado o Natal do primeiro semestre, por isso o varejo aguarda com muita expectativa a movimentação no comércio. Sabemos do momento delicado economicamente das famílias, com a renda baixa e os juros altos. É o momento de as lojas investirem em promoções e opções de presentes mais baratos. O consumidor está atento aos preços, mas não deverá deixar passar a data em branco”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Roupas, calçados e acessórios devem ser os líderes de venda neste ano
A pesquisa revela que no Dia das Mães deste ano, os produtos campeões de venda devem ser as roupas, calçados ou acessórios (46%), perfumes (42%), cosméticos (23%) e chocolates (23%).
Entre os entrevistados, 47% planejam comemorar na casa da mãe, 26% em sua própria casa e 7% vão almoçar fora.
As lojas físicas aparecem como o principal local de compras dos consumidores: 72% afirmaram que pretendem comprar a maioria dos presentes presencialmente, sobretudo nos shopping centers (31%) e em lojas de rua (18%).
A internet aparece como local de compra de 40% dos consumidores, principalmente nos sites e lojas virtuais (36%). Considerando os que pretendem fazer compras em sites/lojas online, os mais citados são os sites de varejistas nacionais (57%), varejistas internacionais (51%) e sites de lojas de roupas (35%).
Para os entrevistados, os fatores que mais pesam na escolha do local de compra são a atratividade do preço (57%) – um aumento de 14 pontos percentuais em relação a 2022 –, a qualidade dos produtos (41%) e as promoções e descontos (37%).
“Apesar dos últimos anos terem significado uma verdadeira revolução no comércio eletrônico, o brasileiro ainda valoriza muito a compra presencial, a experiência de ir à loja e escolher o produto. O comércio deve sim investir no atendimento online, mas o atendimento físico se mantém muito forte no país”, destaca Costa.
81% pretendem fazer pesquisa de preço antes de comprar; PIX será a forma de pagamento mais utilizada
A pesquisa aponta que o consumidor está atento aos preços e a grande maioria (81%) pretende fazer pesquisa antes de comprar os presentes, sobretudo pela internet (82%), seja em sites/aplicativos (71%) ou nas redes sociais (39%). Já 67% fazem pesquisa de preços sem o uso da internet, ou seja, em lojas físicas, principalmente nos shoppings (43%, sobretudo classes A/B), em lojas de rua (34%, com destaque entre as classes C/D/E) e nos supermercados (15%).
Em relação a forma de pagamento, 66% pretendem pagar os presentes à vista, principalmente no PIX (34%, com aumento de 8 pontos percentuais, comparado a 2022) e no cartão de débito (26%). Enquanto 53% citam o pagamento a prazo, com destaque para o cartão de crédito parcelado (33%) e o cartão de crédito com parcela única (19%, principalmente os mais velhos e classes A/B).
“O PIX aparece como principal forma de pagamento utilizada pelos brasileiros, por isso o comércio deve estar preparado. É um meio de pagamento ágil e fácil tanto para o consumidor quanto para o lojista, além de ser um ótimo meio para negociar descontos já que não cobra as taxas tradicionais dos cartões de crédito e débito”, destaca Costa.
37% dos que vão comprar presentes estão com contas atrasadas
A pesquisa apresenta ainda um dado preocupante com relação ao orçamento dos consumidores: 29% admitem que costumam gastar mais do que podem com as compras para o Dia das Mães.
Outro comportamento imprudente, 32% dos consumidores que pretendem ir às compras estão com contas em atraso, sendo que 72% estão com o nome sujo atualmente. Além disso, 12% reconhecem que podem deixar de pagar alguma conta para ir às compras neste Dia das Mães.
A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, alerta sobre a importância do planejamento do orçamento em datas comemorativas, para que o lado emocional não se sobreponha à realidade financeira do consumidor.
“Vivemos um momento de recorde de inadimplência da população. Por isso o consumidor deve priorizar o pagamento das contas antes de adquirir novas dívidas. Dá para usar a criatividade na hora de presentear e buscar opções que não afetem o orçamento familiar”, orienta.
Ouça o episódio do Varejo S.A. Podcast sobre a pesquisa da CNDL/SPC Brasil: