IA generativa ganha espaço no varejo brasileiro e acelera ganhos de produtividade

A inteligência artificial deixou de ser apenas um conceito futurista para se tornar parte do dia a dia das operações varejistas no Brasil

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A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um conceito futurista para se tornar parte do dia a dia das operações varejistas no Brasil. Com aplicação cada vez mais estratégica, especialmente na forma generativa, a tecnologia tem transformado áreas como atendimento, logística, vendas e planejamento, ampliando a eficiência operacional e redefinindo a relação com o consumidor.

Segundo um estudo da Accenture, a IA generativa pode elevar a produtividade entre 11% e 17% em diferentes setores da economia, graças à sua capacidade de acelerar análises complexas, automatizar processos e melhorar a tomada de decisões em tempo real. No contexto latino-americano, essa eficiência tecnológica é vista como vetor de inovação e motor para a competitividade.

E o varejo brasileiro já começa a mostrar resultados concretos com a adoção da IA em larga escala. Veja como algumas das maiores redes do país estão utilizando a tecnologia para melhorar desempenho e entregar mais valor ao cliente:

Casas Bahia: IA no centro da operação omnicanal

Com foco na personalização do atendimento e no ganho de escala em diversos canais, a Casas Bahia criou a Bah.IA, uma assistente virtual que usa algoritmos de machine learning para sugerir produtos e estratégias de abordagem baseadas no perfil do consumidor. A ferramenta apoia mais de 10 mil vendedores em lojas físicas, contribuindo para uma jornada de compra mais personalizada e eficiente.

Nos canais digitais, o uso de IA reduziu em até 50% o tempo médio de espera por atendimento e acelerou a resolução de dúvidas em 30%, fortalecendo a estratégia omnicanal do grupo. A tecnologia também se estende à logística e ao relacionamento com fornecedores, ajudando a otimizar a operação de ponta a ponta.

Assaí Atacadista: atendimento automatizado e IA aplicada em toda a operação

Com mais de 300 lojas espalhadas por 24 estados, o Assaí vem utilizando a IA como base para sua transformação digital. A rede já conta com mais de 70 projetos relacionados à tecnologia, abrangendo áreas como precificação, abastecimento, logística e automação administrativa.

No atendimento ao cliente, a assistente virtual Sol é responsável por resolver até 80% das solicitações de forma autônoma, liberando as equipes para casos mais complexos. Além disso, a empresa investe em capacitação tecnológica por meio de eventos internos, como o Assaí Tech, e parcerias com instituições de ensino, promovendo uma cultura digital entre os colaboradores.

Renner: dados e IA a serviço da moda e da experiência do cliente

Desde 2020, a companhia conta com uma diretoria dedicada à inteligência artificial, que coordena a aplicação da tecnologia em diferentes áreas do negócio. A IA é utilizada para prever comportamentos de consumo e antecipar tendências, com base em dados de redes sociais, eventos e desfiles. Essas informações alimentam o processo criativo e aceleram o desenvolvimento de novas coleções. A empresa também emprega algoritmos para otimizar o sortimento de produtos e a distribuição de peças entre lojas, com um sistema omnicanal que opera 100% por SKU.

Um caminho sem volta

A rápida adoção da inteligência artificial generativa no varejo brasileiro mostra que a tecnologia já deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser uma exigência estratégica. Em um mercado cada vez mais dinâmico, empresas que integram IA à sua operação ganham eficiência, reduzem desperdícios e criam experiências mais personalizadas — tudo isso com ganhos claros de produtividade e fidelização.

Se antes era preciso justificar o investimento, hoje o desafio está em como acelerar sua aplicação de forma estruturada e escalável. O futuro do varejo, ao que tudo indica, será cada vez mais inteligente — e generativo.