Startups brasileiras transformam mercados com estratégias de branding
Empresas pequenas ou recém-constituídas, que têm uma definição clara de valores, propósitos e identidade, correspondem de maneira autêntica às expectativas de seu público-alvo e do mercado
ShutterstockNão são apenas as grandes marcas que podem fazer uso do branding. As startups também devem utilizar os princípios dessa disciplina para crescer, segundo Ana Couto, CEO da agência anacouto, e nome por trás de marcas como CBF, Raízen, Cosan, Natura, iFood e Brastemp. Branding é o alinhamento de marca, negócio e comunicação e vai muito além do logotipo ou nome. A partir de uma definição clara dos valores, propósitos e da identidade, as startups podem construir uma narrativa autêntica e corresponder às expectativas de seu público-alvo e mercado, inclusive o internacional.
“Empregando as ferramentas do branding, essas empresas menores conseguem se destacar mesmo quando ingressam em setores já saturados ou muito inovadores. E o motivo para essa facilidade é relativamente simples: sua agilidade em tomar decisões, formatar sua estrutura e adequar seu propósito englobando as pautas em discussão no contexto atual”, afirma Ana Couto. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem cerca de 13 mil startups no Brasil, que se diferenciam pela inovação e soluções tecnológicas em diversas áreas. Somente nos últimos dez anos foram abertas mais de sete mil startups no Brasil, segundo a plataforma Cortex Intelligence.
Para Ana Couto, o segmento de bancos digitais ilustra bem como valores e propósitos bem definidos desde a criação da empresa são capazes de alavancar o negócio e até redefinir o mercado. Essas startups foram criadas com o objetivo de eliminar a burocracia que os clientes enfrentavam nos bancos tradicionais. Seus propósitos e valores eram bem definidos desde sua fundação. “Ajudar a organizar os gastos de cartão sem cobrar taxas tem sido uma inovação incremental no mercado, fazendo toda a diferença na experiência dos clientes”, escreve Ana Couto. Com o avanço dessas fintechs, os bancos convencionais foram obrigados a acelerar a digitalização e diversificar os serviços. O líder entre os bancos digitais no Brasil é um exemplo de expansão internacional bem-sucedida.
De acordo com a especialista, empresas pequenas ou recém-constituídas que utilizam as técnicas do branding levam a vantagem de crescer já sabendo como se diferenciar sem cair em territórios populosos de concorrentes. “Da mesma maneira, empresas bem-estabelecidas e maduras podem revitalizar sua imagem para fortalecer sua posição no mercado. Não é raro que essas organizações muito estabelecidas e fortemente enraizadas em processos, hierarquias e rotinas consolidadas tenham dificuldade de se adaptar a tantas mudanças”, explica Ana Couto.