CDL Olinda luta para fortalecer varejo local
Começamos o mês de julho com uma novidade: agora o quadro ‘CDL em todo lugar’ também faz parte da Varejo SA. E a entidade escolhida para inaugurar a seção é a CDL Olinda.
Começamos o mês de julho com uma novidade: aclamado nas redes sociais do Sistema CNDL, agora o quadro ‘CDL em todo lugar’ também faz parte da Varejo SA. Semanalmente, vamos apresentar aqui o trabalho realizado pelas Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL) Brasil afora. E a entidade escolhida para inaugurar a seção é a CDL Olinda, em Pernambuco (PE).
Criada em março de 2001, a CDL Olinda conta com aproximadamente 200 associados. Segundo José Ramos de Andrade, presidente da instituição, atualmente, os dois principais desafios da CDL Olinda são estar cada vez mais próximos das redes varejistas estabelecidas no município e fortalecer o comércio local, criando mais e melhores oportunidades para os consumidores olindenses.
“Por ser muito próxima e ligada a Recife, não temos um comércio forte. As pessoas de Olinda ainda compram muito na capital do estado. Então, o nosso desafio é conscientizar a população olindense sobre a importância de consumir produtos e serviços na cidade, fomentando o empreendedorismo local”, disse José Andrade.
Para atrair associados e promover o empreendedorismo, a CDL Olinda realiza palestras, cursos e treinamentos, em parceria com o Serviço Brasileiro das Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e ainda possui convênio com a Sala do Empreendedor, projeto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Sebrae que facilita os processos de abertura de empresas, regularização e baixa, bem como oferece serviços exclusivos aos Microempreendedores Individuais.
“A nossa entidade tem muita sintonia com o Poder Público, sobretudo com o pessoal do Desenvolvimento Econômico”, ressalta o presidente da CDL Olinda.
Patrimônio da humanidade
Olinda é uma cidade histórica. Os portugueses chegaram na região por volta de 1535 e encontraram uma aldeia de povos nativos, na época chamada de Marim. O local foi considerado estratégico, não só por estar protegido no alto de colinas e próximo ao mar, mas também por sua beleza natural. Dizem que o nome Olinda foi dado a partir de uma frase dita por Duarte Coelho: “Ó linda situação para se construir uma vila”. Coelho foi o primeiro capitão-donatário da Capitania de Pernambuco.
Por muito tempo, a cidade teve importância regional, no entanto, em 1631, os holandeses – que haviam conquistado Pernambuco há 1,5 ano – incendiaram Olinda, que neste período ainda tinha status de vila. Depois disso, Recife passa a ser a sede, enquanto Olinda tem o desafio de se reconstruir. O título de cidade só viria em 1676.
Hoje, Olinda é terceira maior cidade do estado e abriga uma população de cerca de 395 mil habitantes, segundo projeções de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade detém desde 1982 o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), bem como outros três títulos em virtude de sua exuberante beleza natural, seu valioso patrimônio em pedra e cal e cultura.
“Com quase 400 mil habitantes, o potencial de consumo do município é enorme. Agora, o que caracteriza a nossa cidade é o seu sítio histórico, ou seja, a Cidade Velha, onde a cultura e gastronomia são muito presentes. Na Orla de Olinda, há diversos bares e restaurantes; e no Centro Histórico, algumas pousadas. Portanto, é mais voltada para a cultura e o turismo”, explica o presidente da CDL Olinda, lembrando que o comércio fica espalhado pelos bairros, não havendo um grande centro comercial, como em Recife.
Produto cultural
Um dos principais produtos da economia local é o carnaval. De acordo com a Prefeitura de Olinda, “nas ruas e ladeiras da Cidade Alta, desfilam centenas de agremiações carnavalescas e tipos populares. São clubes de frevo, troças, blocos, maracatus, caboclinhos, afoxés, cujas manifestações traduzem a mistura dos costumes e tradições de brancos, negros e índios”.
“O principal atrativo da nossa cidade é o carnaval, conhecido no mundo inteiro. Certamente, teremos o carnaval em 2022 e os turistas poderão vir desfrutar deste momento único, além de conhecer uma cidade linda e histórica, que mexe com a gente”, diz José Andrade.
Segundo dados da prefeitura, o Carnaval de Olinda de 2020 movimentou R$ 295 milhões, sendo 5 milhões a mais do que em 2019. O município também foi o palco da festa de 401,4 mil estrangeiros.
É no carnaval de Olinda que se vê os famosos bonecos gigantes, uma herança europeia com origem nas procissões do século XV. O primeiro boneco a sair às ruas de Olinda foi o Homem da Meia-Noite, que anima a folia desde 1932. Atualmente, há mais de uma centena desfilando nas ruas e ladeiras da cidade. Na terça-feira de carnaval, eles se reúnem e mostram toda sua graça no tradicional encontro entre os largos do Guadalupe e do Varadouro.
Já os foliões enchem as ladeiras da Cidade Alta encarnando personagens inspirados tanto nos noticiários do dia a dia, como nos mais tradicionais costumes. O objetivo é retratar por meio das fantasias a irreverência e a crítica social, tradicionalmente presentes no carnaval da cidade.
“A nossa CDL promove a prévia do carnaval. Todos os anos, uma semana antes da folia, reunimos todos os filiados e suas famílias para participar do bloco ‘As virgens do Bairro Novo’, principal bloco pré-carnaval. Um atrativo há mais de 60 anos na festa carnavalesca da cidade”, conta José Andrade, que há 40 anos atua na comercialização de produtos de beleza e perfumaria e de limpeza.