30 abr, 2025
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Fluxo de consumidores em junho de 2021 segue em alta, segundo IPV

O fluxo de consumidores no varejo brasileiro segue em alta tanto no comparativo anual quanto em junho de 2021. É o que mostra o levantamento do Índice de Performance do Varejo (IPV), organizado pela venture capital HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

Organizado pela HiPartners, Venture Capital focada em retail techs, o Índice de Performance do Varejo traz dados de visitantes, venda e reputação em shopping centers e lojas físicas do Brasil

O fluxo de consumidores no varejo brasileiro segue em alta tanto no comparativo anual quanto em junho de 2021. É o que mostra o levantamento do Índice de Performance do Varejo (IPV), organizado pela venture capital HiPartners Capital & Work em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

Os dados são oriundos das investidas FX Data Intelligence, plataforma de monitoramento da jornada do consumidor e da performance da operação em ambientes físicos, da F360º, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas, e da Harmo, plataforma de feedback intelligence que integra gestão de reputação online de estabelecimentos físicos. Eles são chancelados pela 4Intelligence, empresa que desenvolve plataformas de inteligência para o mercado B2B e que também é responsável pela metodologia nas análises, garantindo mais equilíbrio ao estudo e agregando outros índices para ratificar a sinergia com distintos benchmarks do mercado, como a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio).

Na comparação com maio de 2021, o mês de junho teve um crescimento de 1,2% no fluxo de consumidores das lojas físicas e de 3% nos shopping centers. As lojas situadas nos centros de compras, em contrapartida, tiveram um leve recuo (-0,1%). Já as localizadas nas ruas subiram 1% no período.

Na análise regional das lojas físicas, o Sudeste foi a única com crescimento: 4,4%. O Centro-Oeste teve a pior queda, com -7,4%, seguido por Nordeste (-3,6%), Norte (-3,3%) e Sul (-2%). Entre os shopping centers, a movimentação no Nordeste foi 8,8% superior e no Sudeste, 4,5%. No Sul houve registro de -11,5%. Os centros de compras do Centro-Oeste e do Norte não tiveram amostragem significativa no levantamento.

Nas categorias, “moda” teve o maior aumento no levantamento mensal, com 11%. “Drogaria” subiu 7,4%, enquanto “home center” cresceu 5,4% e “departamento” subiu 2,2%. “Beleza”, por sua vez, teve a maior queda, com -15,6%. Também caíram “eletroeletrônicos” (-5,08%), “utilidades domésticas” (-4,1%), “ótica” (-0,8%) e “calçados” (-0,1%).

“Os dados do IPV indicam que o varejo brasileiro demonstra uma consolidação em suas estratégias, conseguindo atrair os visitantes de volta ao passo que os índices de casos e mortes por COVID-19 caem. O crescimento mensal em junho, ainda mais comparado contra o período anterior ao Dia das Mães, exemplifica isso”, explica Eduardo Terra, presidente da SBVC.

Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, explica que o varejo está conseguindo se mostrar à população como opção segura. “As lojas físicas vêm passando uma imagem de proteção contra a pandemia, permitindo que as pessoas circulem pelo estabelecimento, seja para comprar, retirar produto ou simplesmente pesquisar.”

Comparação anual também registra alta
O crescimento no fluxo de consumidores foi significativo na comparação com junho de 2020. Na época, o comércio brasileiro começava a reabrir as portas após dois meses de pandemia. Mesmo assim, houve crescimento de 184,5% no fluxo de consumidores nos shopping centers e de 63,4% nas lojas físicas. Os pontos de venda estabelecidos em centros de compra tiveram o maior salto, com 150,1%, enquanto os localizados em ruas caíram, com -8%.

Na análise regional, as lojas físicas localizadas no Sudeste tiveram o maior aumento, com 110,8%. No Nordeste, o crescimento foi de 60,5%, seguido pelo Sul, com 43,3%. O Norte cresceu 4,8% e o Centro-Oeste registrou -26,8%. O acumulado do ano no Brasil, contudo, ainda é negativo: -7,4%.

Entre os shopping centers, a região Sudeste teve um salto de 469,2%. No Sul aumentou 79,3% e no Nordeste, 44,7%. Os centros de compras localizados no Centro-Oeste e no Norte não tiveram amostragem significativa no levantamento. No acumulado do ano, a queda nacional é de -18,3%.

Entre as categorias, apenas três tiveram quedas na comparação com junho de 2020: “departamento” (-13,9%), “home center” (-13,6%) e “drogaria” (-1,7%). “Ótica” teve o maior aumento, com 210,8%, seguido por “utilidades domésticas”, com 202,8%, e “moda”, 152,5%. Também subiram: “eletroeletrônicos” (73,9%), “departamento” (22,7%) e “beleza” (5,2%).

“Os números no comparativo anual indicam que o varejo está retornando ao cenário pré-pandemia. Em junho de 2020, o varejo já estava em operação em grande parte do país e, mesmo assim, este ano mostra uma curva de crescimento”, comenta Flávia Pini, sócia da HiPartners Capital & Work.

Ricardo Fioravanti, CEO da FX Data Intelligence, concorda. “Os indicadores de fluxo de visitantes, mesmo com a pandemia, já é maior do que há um ano, quando o novo coronavírus surgiu. Isso mostra que a experiência da loja física segue em alta mesmo em um cenário de digitalização, abrindo novas oportunidades para os varejistas”.

Comparação mensal de vendas registra queda
Dessa vez, os números positivos no fluxo de consumidores não se refletiram na comparação de vendas de junho de 2021 com o mês anterior. Os dados são da F360º, plataforma de gestão financeira com conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e o médio varejista.
O total de vendas teve -7,35% entre as lojas de shopping centers e -9,62% nas lojas de rua. Entre as regiões, o pior desempenho foi do Norte, com -12,4%, seguido por Centro-Oeste, com -10,96%; Sudeste, -9,67%; Sul, -8,46%; e Nordeste, -4,18%.

Na análise do faturamento, as lojas localizadas nos centros de compra ficaram em -7,26% e as de rua -11,7%. Entre as regiões, Norte e Centro-Oeste tiveram os maiores recuos, com -15,78% e -15,52%, respectivamente. O Sudeste alcançou -10,46%; o Sul, -9,39%; e o Nordeste, -7,93%.

Vendas aumentam no comparativo anual
Entretanto, os indicadores de vendas e transações subiram em relação a junho de 2020. O número de vendas cresceu 84,64% entre as lojas de shopping centers e 6,75% nas lojas de rua. Entre as regiões, o Sudeste subiu 20,13%, seguido por Sul, 16,16%; Nordeste, 13,89%; Centro-Oeste, 11,74%; e Norte, 9,73%. O acumulado do ano nacional ainda registra queda (-14,36%).

Na análise do faturamento, as lojas localizadas nos centros de compra cresceram 83,91% e as de rua tiveram leve recuo, de -0,53%. Entre as regiões, o Sul e o Sudeste tiveram os melhores desempenhos, com 12,06% e 11,79% respectivamente. Na sequência aparecem o Centro-Oeste, com 5,9%; o Nordeste, 2,28%; e o Norte, 1,09%. O acumulado do ano ainda é negativo: -4,73%.

“As vendas em lojas físicas, sobretudo as localizadas em centros de compras, mostram maior recuperação, uma vez que este segmento enfrentou mais problemas com as restrições de circulação por conta da pandemia. Agora, com a abertura gradual em grande parte do país, esses estabelecimentos conseguem melhorar os indicadores”, comenta Henrique Carbonell, CEO da F360°.

Reputação de shopping centers
O IPV apresenta a reputação on-line de shopping centers. Essa métrica é extremamente importante no atual cenário, uma vez que está diretamente relacionada à estratégia de aquisição de clientes. Afinal, quanto maior o índice, maior o poder de atração.

O RRi (Reputation Rating index) é desenvolvido pela Harmo e analisa diversos fatores, como canal de avaliação (Google Meu Negócio, Facebook Recomendações, TripAdvisor, iFood), notas e volume de avaliações, data (quanto mais recente o review, maior o peso) e resposta da empresa. As informações são consolidadas em uma nota que varia de 1 a 10.

Em junho de 2021, a reputação dos shopping centers foi avaliada em 9,16 – a maior nota nos últimos 12 meses. Em maio deste ano, o indicador ficou em 9,13 e em junho de 2020, 8,93.

“Isso mostra que a reputação dos shopping centers estão evoluindo de forma positiva, ainda que a variação seja pequena de um mês a outro, e reforçam que o consumidor aprecia a experiência de consumo no ambiente físico”, explica Santiago Edo, CEO da Harmo.

Outros indicadores
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registrou avanço de 15,9% no volume de vendas do varejo restrito em maio de 2021 no comparativo com esse mês em 2020, principalmente devido à fraca base de comparação em decorrência da primeira onda da pandemia. Além disso, houve alta de 1,4% na comparação entre abril e maio de 2021.

Destaca-se novamente o segmento de “tecidos, vestuário e calçados”, com crescimento de 165,3% em relação a maio de 2020 e de 16,8% na comparação com abril de 2021. O ramo têxtil apresenta forte recuperação, mas ainda está 3,1% abaixo do patamar pré-pandemia. Já “hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” (-4,1%) foi a única categoria a apresentar contração na comparação anual – o setor teve grande crescimento nos primeiros meses da pandemia.

Nesse mesmo período de análise, os índices de performance de vendas do IPV apontaram aumento de 23,8% na quantidade de boletos gerados e de 33,8% no faturamento, com forte expansão do fluxo de visitação a lojas físicas e shopping centers. Esses dois indicadores corroboram o processo de recuperação do varejo após os efeitos adversos da pandemia.

O Google Community Report, por sua vez, ilustra a dinâmica de circulação de pessoas capturada pelo IPV. Os dados mostram que os fluxos de visitação ao varejo estão se recuperando, porém continuam negativos.

A média diária de variação no número de visitas a estabelecimentos de varejo e lazer, em comparação ao período pré-pandemia, passou de -44,6% em junho de 2020 para -18,7% em junho de 2021, o que revela aumento de mobilidade no período. Na média, a visitação a estes estabelecimentos na região Norte é 7,4% maior em junho de 2021 em relação à pré-pandemia.

Aliás, os brasileiros continuam em suas casas. Em média, ficaram 7,8% mais tempo em suas residências em junho de 2021 do que no período pré-pandemia. Devido à ampla adoção do home office, é provável que o comportamento observado seja duradouro.

É preciso ressaltar que os estabelecimentos de varejo contemplados nessa estatística específica não incluem farmácias e mercados, segmentos com restrições mais brandas à circulação de pessoas. Em particular, esses segmentos têm maior movimentação de consumidores em junho de 2021 do que na pré-pandemia.

O estudo completo está acessível no link www.hipartners.com.br/ipv.