6 boas razões para apoiar o Orgulho LGBTQIA+
Hoje, dia 28 de junho, é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data em que o mundo celebra o amor e a diversidade. O movimento LGBTQIA+ teve início logo após a Rebelião de Stonewall, ocorrida em Nova York, em 1969, e luta por uma sociedade que respeite lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexo e assexuais, ou seja, trata toda e qualquer sexualidade como uma condição natural do indivíduo. É um dia para a comunidade LGBTQIA+ reafirmar o seu orgulho em ser exatamente como é.

Hoje, dia 28 de junho, é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data em que o mundo celebra o amor e a diversidade. O movimento LGBTQIA+ teve início logo após a Rebelião de Stonewall, ocorrida em Nova York, em 1969, e luta por uma sociedade que respeite lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexo e assexuais, ou seja, trata toda e qualquer sexualidade como uma condição natural do indivíduo. É um dia para a comunidade LGBTQIA+ reafirmar o seu orgulho em ser exatamente como é.
Esta é também uma oportunidade para as empresas demostrarem, publicamente, seu apoio à diversidade e estreitar seus laços com esse público. E os motivos são significativos: estima-se que no Brasil, o potencial de compras do público LGBTQIA+ é de quase R$ 420 bilhões, ou cerca de 10% da riqueza produzida no país, segundo dados da consultoria norte-americana Out Leadership, de 2015. Na Europa, o potencial de consumo é estimado em US$ 873 bilhões. Nos EUA, chega a US$ 760 bilhões.
Além do potencial de consumo, estudo da Câmara de Comércio LGBT de Wisconsin e da Marquette University, nos Estados Unidos, aponta que companhias com pessoas LGBTQIA+ em cargos de alto escalão tem uma performance 61% maior em comparação a empresas sem profissionais de diferentes orientações sexuais, principalmente em áreas como responsabilidade social corporativa, práticas de RH e qualidade da força de trabalho.
Posicione-se
O empreendedor precisa ir além da compreensão das dimensões básicas do cliente. Deve mergulhar nos desejos, vivências e valores do consumidor, e evidentemente, isso passa por conhecer e estar alinhado com os posicionamentos políticos e sociais da clientela. Madeleine Muller, professora da ESPM Porto Alegre, diz que os varejistas que não forem sensíveis a essas mudanças podem perder fatia de mercado.
“Há uma mudança de comportamento encabeçada pelas novas gerações que estão consumindo de formas diferentes e querem ser realmente vistas e entendidas pelas marcas. As empresas que não sabem entender essas mudanças acabam perdendo relevância e, consequentemente, disputando a preferência do consumidor com marcas que podem até ser menores, mas que falam a mesma língua e entendem os novos valores do consumidor”, aponta Madeleine Muller.
Diversidade, diálogo e resultados
Se esse é um tema que nunca foi abordado de forma séria e institucional na sua empresa, é uma boa hora para começar um trabalho mais consistente. Confira algumas dicas e histórias que vão ajudar e inspirar o seu negócio a promover a diversidade:

1 – Como ser uma empresa amiga da causa
1.1 – Diversidade é uma questão de diálogo. Reúna um comitê representante que irá definir o posicionamento da empresa frente ao tema e analisar o impacto que este posicionamento vai gerar no negócio, na estrutura da empresa e na sociedade.
1.2 – Faça um diagnóstico da empresa: quantos homens e mulheres trabalham fazem parte da equipe e qual a orientação sexual.
1.3 – Redija um manifesto para que seja claro e passível de ser absorvido por todos (público interno e externo).
1.4 – Realize palestras e debates. Ouça, converse, abra canais em que as pessoas possam se expressar sem serem julgadas. Isso trará um grande aprendizado e permitirá corrigir rotas e abordagens.
1.5 – Estabeleça um plano de ações para que o posicionamento da empresa impacte efetivamente nas relações da sociedade.
1.6 – Conforme as metas forem alcançadas, abra o diálogo com empresas parceiras e toda a sua cadeia de valor. Pense na sua marca como a origem de um movimento que reverbera em diferentes esferas.
2 – Respeito aos direitos LGBTQIA+ na comunicação e marketing
Uma pesquisa inédita feita pela plataforma Twitter, em parceria com a MindMiners, revelou que três em cada quatro pessoas da comunidade LGBTQIA+ sentem-se mais positivas em relação às marcas que apoiam eventos como a Parada do Orgulho LGBT. Elas disseram ainda que as empresas devem incluir pessoas LGBTQIA+ no desenvolvimento e marketing de produtos. Mostra ainda 68% destas pessoas afirmaram que a apresentação de histórias e pessoas reais na publicidade é uma forma interessante de marcas abordarem a questão da inclusão e representatividade de gênero. Marcas que apoiam e instituições de caridade para a comunidade LGBTQIA+ foram citadas positivamente por 67%.
Defenda a diversidade e o respeito às pessoas LGBTQIA+ nas redes sociais e demais canais de comunicação da marca. Também é importante alinhar a missão, a visão e os valores da empresa com estes conceitos. Por exemplo, o Boticário levanta defende a diversidade em suas campanhas, contribuindo para que as diferenças sejam encaradas com cada vez mais naturalidade.
No código de conduta da Natura, consta que a empresa valoriza a diversidade da equipe e repudia toda e qualquer forma de preconceito, discriminação e assédio. Casos de descumprimento podem ser relatados à Linha Ética, canal sigiloso e disponível 24 horas para colaboradores, prestadores de serviço e parceiros.
3 – Igualdade de oportunidades e tratamento justo
A rede Carrefour colocou na prática a ideia de inclusão: tem transexuais em seu quadro de funcionários. Elas receberam treinamento de negócios e a equipe foi instruída sobre respeito. No total, estima a presença de 70 profissionais trans trabalhando em diversos modelos de negócios, incluindo hipermercados, matriz e express. Desde que ações afirmativas começaram na companhia, em 2012, já chegaram a trabalhar, no mesmo momento, 160 profissionais trans.
Já a SAP possui um grupo interno para fomentar informação sobre diversidade no ambiente de trabalho, além de promover eventos para a discussão do tema, como o LGBT Summit. A Microsoft, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, mostrou seu apoio incondicional na parada do Orgulho LGBT em São Paulo, o que impactou o ambiente interno, gerando debates e conscientização de dentro para fora da organização.
4 – Ambiente respeitoso, seguro e saudável
A empresa de telemarketing Atento, da Espanha, diz ter uma política estruturada para a diversidade. Atualmente, emprega 1,3 mil pessoas trans, de 81 mil funcionários no país. Também adotou, em 2013, o uso dos banheiros de acordo com a identidade de gênero; e em 2014, criou o crachá social, documento que leva o nome com o qual o funcionário mais se identifica, não necessariamente o que consta em seu RG ou em sua certidão de nascimento. A medida também vale em nomes de e-mail corporativo, nos benefícios como Vale Alimentação, e estímulo aos funcionários a utilizar roupas associadas ao gênero com o qual mais se identificam.

Há 15 anos, a Natura oferece benefícios de saúde a casais LGBTI+, como licenças parentais estendidas – maternidade de seis meses e paternidade de 40 dias –, além do berçário, sem custo, para pais e mães, independentemente do gênero ou orientação sexual. A empresa também garante a adoção do nome social e, para subsidiar novas ações nesse eixo, questões de identidade de gênero e orientação sexual fazem parte do levantamento que vai medir o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do colaborador Natura, que deve ser concluído este ano.
5 – Sensibilizar e educar para o respeito aos direitos
O grupo Pão de Açúcar realizou, em 2019, a semana da diversidade, que contou com a participação de mais de 20 palestrantes e painelistas de diversas empresas, organizações da sociedade civil e instituições de ensino. Ao todo, mais de 1.500 pessoas acompanharam o evento, entre público interno e externo.
A Ambev criou em 2016 o grupo Larger (Lesbian & Gay & Everyone Respected, ou Lésbica e Gay e todos respeitados, em tradução livre), que discute as melhores práticas de inclusão e bem-estar de pessoas LGBTQIA+ no trabalho. Segundo a empresa, funciona como uma “rede de apoio”, para que todos compartilhem experiências, dicas e tenham mais suporte no dia a dia.
6 – Desenvolvimento econômico e social
Em parceria com a Casa 1, a Natura oferece cursos profissionalizantes de maquiagem para transexuais, iniciativa patrocinada pela marca Natura Faces. Em 2019, participou da Feira de Empregabilidade, organizada também pela Casa 1, e que resultou na contratação de profissionais para atuar em lojas no período do Natal.
Com informações da CNN Brasil, CDL Aimorés, RunRun.it e D´Gitais.