Como o Sistema CNDL está fortalecendo o empreendedorismo feminino
Conheça algumas ações do movimento cedelista em prol do empreendedorismo feminino e do fortalecimento da mulher brasileira.
Conheça algumas ações do movimento cedelista em prol do empreendedorismo feminino e do fortalecimento da mulher brasileira
Um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) em 75 países aponta que 90% da população mundial carrega algum tipo de preconceito contra mulheres, como acreditar que elas são piores líderes políticas e CEOs que os homens. No entanto, outra pesquisa da consultoria Zenger/Folkman mostra que as mulheres foram avaliadas como mais eficientes em 84% dos critérios estudados.
Na semana passada, durante o Dia Internacional da Mulher de 2023, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou que a igualdade entre homens e mulheres vai demorar mais de três séculos para ocorrer e convocou a sociedade para se unir e desenvolver projetos de promoção e proteção das mulheres.
O levantamento da ONU e a declaração de Guterres comprovam que a misoginia é um problema real e um entrave para o desenvolvimento das mulheres, que no Brasil, respondem por 52% da população. Também mostra a urgência de ações, públicas e privadas, para a equidade entre os gêneros e visando a construção de um país mais forte social e economicamente, afinal, 50% dos lares brasileiros são chefiados e sustentados por elas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“A desigualdade é uma realidade que nos afeta em todas as esferas da vida social, no entanto, estamos mais unidas e conscientes da nossa força para reivindicar nossos direitos, e principalmente, respeito. Nossas entidades devem apoiar iniciativas de conscientização e trabalhar por uma mudança cultural que nos reconheça como agentes fundamentais no desenvolvimento brasileiro”, afirma a diretora especial da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e presidente da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas) do Maranhão, Socorro Noronha.
As entidades do Sistema CNDL têm trabalhado, em conjunto, pelo fortalecimento das mulheres brasileiras, especialmente por meio do fomento ao empreendedorismo feminino. “Acreditamos que o fortalecimento do empreendedorismo feminino contribui para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, com crescimento da economia, a criação de empregos e o aumento da renda familiar”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
Desde o ano passado, a CNDL tem se debruçado mais sobre as questões relacionadas à igualdade entre os gêneros e o fortalecimento das mulheres no mercado, e para isso, criou o projeto Mulheres que Constroem o Varejo (MCV).
“Um estudo de 2019 do Boston Consulting Group mostra que diminuir a diferença de gênero no mundo empresarial pode aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) global em até US$ 5 trilhões. Por isso, temos dado visibilidade para as empreendedoras e as ações que fortalecem às mulheres brasileiras”, comenta Lúcia Helena Leijôto Pinto, coordenadora do MCV.
“O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres. Os ganhos com o próprio negócio ajudam mulheres a sustentarem suas famílias, diminuindo ou acabando com sua dependência financeira quanto aos companheiros, por exemplo. Mulheres empreendedoras inspiram mais mulheres a assumirem posições de destaque no mundo dos negócios”, diz a diretora da CNDL e presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Porto Velho (RO), Joana Joanora das Neves.
A CDL Jovem Nacional realiza, por meio de diversos projeto, encontros com pautas voltadas ao empreendedorismo feminino e também busca fomentar a presença de mulheres em cargos de liderança e à frente de ações das CDLs Jovens e do Sistema CNDL como um todo. “Trabalhamos para que tenhamos mais projetos liderados por mulheres e possamos inspirar outras empreendedoras. O caminho existe, é palpável e de muito crescimento”, avalia a vice-coordenadora da CDL Jovem, Lúcia Fassarella
Ações pelo Brasil
Na capital mineira, Belo Horizonte, uma parceria da Polícia Civil de Minas Gerais com a CDL/BH disponibiliza um espaço de acolhimento exclusivo para as mulheres vítimas de violência doméstica. É a Casa da Mulher Mineira, onde elas são atendidas por uma equipe treinada para orientar, encaminhar e acolhê-las, além de terem acesso a ações de formação, capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho. A entidade cedelista ficou responsável pela ambientação do local e pela produção dos materiais de divulgação e orientação. O espaço conta ainda com uma brinquedoteca, onde as mulheres podem deixar seus filhos enquanto são atendidas.
“O nosso propósito é criar um ambiente favorável para as pessoas e para a sociedade, e isso passa pelo combate à violência contra a mulher e o acolhimento das vítimas. Só assim teremos uma cidade melhor para se viver e empreender”, ressalta a superintendente institucional da CDL de Belo Horizonte, Lidiane Tostes.
A Rede Mulher de Valor, projeto da CDL de Natal (RN), nasceu com o propósito de fortalecer e conectar empreendedoras dos mais diversos segmentos que atuam na capital potiguar. Unidas, buscam representatividade e promovem a transformação social e econômica por meio do empreendedorismo feminino. A Rede é composta por 15 embaixadoras que atuam com base em quatro eixos de sustentação: capacitação, crédito, networking e inclusão.
“Temos a certeza de que o empreendedorismo transforma vidas, e acreditamos que pode, inclusive, tirar mulheres de vulnerabilidade social e econômica. É por isso que estamos há pouco mais de um ano tratando a temática do empreendedorismo feminino com mais ênfase na CDL Natal”, conta a vice-presidente da câmara potiguar, Maria Luísa Fontes.
Em Mato Grosso do Sul, a FCDL/MS faz a sua parte na defesa e fortalecimento dos direitos das mulheres. A instituição realiza o Prêmio Mulheres de Sucesso, que reconhece e apoia o trabalho realizado por mulheres sul-matogrossenses. Criado em 2020, em meio a pandemia, a premiação valoriza a força e resiliência feminina diante das adversidades. Já foram realizadas três edições e mais de 150 mulheres foram agraciadas, entre elas a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“Com o prêmio Mulher de Sucesso, temos contribuído para que mais mulheres se encorajem, se inspirem e ocupem cargos de liderança, tanto nas organizações privadas quanto no setor público, de forma que avancemos cada vez mais no mercado de trabalho”, destaca a presidente da FCDL/MS, Inês Santiago.
A FCDL/MS também emprega, há cinco anos, mulheres que estão cumprindo pena em regime semiaberto. “Fazemos um trabalho de capacitá-las e ressocializá-las, para que reduzam sua pena e possam ser reintegradas no mundo do trabalho. É uma iniciativa que devolve a autoestima para essas mulheres e cria oportunidade para que fiquem longe do crime”, explica Inês Santiago.
Juntas somos mais fortes
Na cidade gaúcha de Erechim (RS), localizada a cerca de 370 km da capital do estado, Porto Alegre, a CDL da cidade criou, no ano passado, o Núcleo Mulher Empreendedora de Erechim, que funciona como ponto de apoio para as empresárias locais, incentivando o surgimento de novas oportunidades de negócios e estimulando a independência da mulher.
“Na CDL de Erechim, eu sou a quarta mulher a assumir a presidência da entidade, sucessivamente, e, hoje, nós mulheres respondemos pela metade da diretoria. Esta é uma conquista importante, pois a mulher tem uma visão multifocal e multidisciplinar, uma característica feminina que traz uma riqueza para o mercado empreendedor. Sem falar que as mulheres na liderança não criam ações só para si ou só para o seu negócio ou segmento, elas desenvolvem iniciativas para a rede toda, com facilidade de planejar, mapear os riscos e estabelecer parcerias, e com isso, os resultados são multiplicados”, avalia Débora Lunardi, presidente da CDL de Erechim.
Já em Pará de Minas (MG), a CDL da cidade fechou uma parceria com a empreendedora Ana Paula Couto, e criou em 2017 o projeto Mulheres em Sinergia, que nasceu com o objetivo de promover a interação entre empreendedoras para que pudessem trocar experiências e ampliar a rede de relacionamentos, além de divulgar e realizar negócios duradouros.
“Queremos ser referência no incentivo ao empreendedorismo feminino no estado de Minas Gerais, buscando atender as necessidades das empreendedoras com aperfeiçoamento contínuo, além de criar valor e rentabilidade para o negócio dela”, conta Ana Paula Couto, diretora da Mulher Empreendedora da CDL mineira.
Para incentivar o empreendedorismo feminino, realiza capacitações e outras ações de apoio, a fim de inspirar e conectar mulheres que buscam autonomia. Hoje, o Mulheres em Sinergia conta com a participação de mais de 160 mulheres empreendedoras.