Mulher e líder varejista
As mulheres são maioria no Brasil e têm mais qualificação e capacitação. No entanto, ainda ocupam menos cargos públicos, têm menos representantes no Legislativo e […]

As mulheres são maioria no Brasil e têm mais qualificação e capacitação. No entanto, ainda ocupam menos cargos públicos, têm menos representantes no Legislativo e quase não são vistas como lideranças de entidades e associações.
Mas esse cenário vem mudando. Aos poucos, elas vêm galgando seus espaços e assumindo postos de comando nas empresas e entidades. Segundo o Great Place to Work (GPTW), em 2018 a fatia de mulheres em cargos de chefia nas 150 melhores empresas para trabalhar no Brasil subiu 42%.
No âmbito das entidades, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) tem aberto espaço para as mulheres alçarem aos cargos mais altos, tanto nas Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) quanto nas Federações das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDLs). Duas delas vêm fazendo a diferença na Presidência das federações de Mato Grosso do Sul e Maranhão: a advogada Inês Conceição Santiago e a contabilista e administradora Maria do Socorro Teixeira Noronha.
Aguerridas, elas são inspiração para todo o Sistema CNDL e ganham destaque pelo trabalho que executam em seus estados. Mato Grosso do Sul e Maranhão mostram a força da mulher brasileira, trazendo o feminino à frente das entidades e construindo histórias de sucesso com o trabalho voltado ao crescimento e desenvolvimento do varejo.
FCDL-MS
Inês já é conhecida como a mulher que despertou a FCDL-MS. Empresária e advogada, com vasta experiência no varejo, aceitou o desafio de ficar à frente de uma entidade que se apresentava, de certa forma, estagnada. Junto à sua diretoria, começou uma verdadeira revolução lojista no interior do estado. De uma federação que existia somente no papel, com apenas duas CDLs, Inês conseguiu, em apenas um ano, criar mais uma câmara e encaminhar o processo de inauguração de outras três até o fim de 2020.
Ela é daquelas mulheres que sabem muito bem o que querem. Ainda na infância, provou seu dom para o varejo e seu amor pela educação. Vinda de uma família humilde, seus pais não tinham dinheiro para comprar material escolar, o que faria com que abandonasse a escola. Mas Inês não aceitou a situação e custeou os seus estudos, com apenas 10 anos, iniciando no segmento de vendas. Para fazer a faculdade de Direito, não foi diferente. Deixou sua cidade natal e mudou-se para a capital do estado, onde se formou e abriu a sua empresa, que, neste ano, completou 27 anos.
“Tenho muito orgulho da minha história e de tudo que construí”, diz. “Associar a carreira jurídica, ser empresária, mãe e mulher, e assumir o desafio de presidir uma federação, predominantemente masculino, não é tarefa fácil. Entendo que esse esforço é necessário para o fortalecimento do movimento varejista”. Sobre a condição da mulher, Inês reconhece a importância da luta diária das mulheres por seus espaços e sua contribuição para a economia. “Somos visivelmente a maioria e estamos movendo a economia e fortalecendo o comércio nos estados”, afirma. Como dirigente, se coloca como mais uma força para o Sistema CNDL: “Pertenço ao grande Sistema CNDL. Quero contribuir como uma das forças que ajudam a girar essa gigantesca engrenagem”.
FCDL-MA
Maria do Socorro é daquelas inspiradoras e atuantes. Sua história no movimento lojista começou com o convite para integrar a CDL São Luís. Ocupou o cargo de vice-presidente e, logo depois, em 2007, assumiu a Presidência da entidade. Com uma gestão segura, foi reconduzida ao cargo por duas vezes, permanecendo à frente da CDL até 2014, quando assumiu a FCDL-MA, com a missão de expandir o movimento lojista no estado. Também faz parte do Conselho da CNDL e é a representante da FCDL-MA no Conselho Empresarial do Maranhão, órgão criado pelo governo estadual para acompanhar o desenvolvimento das políticas públicas.
“O varejo, durante muito tempo, foi um campo masculino, no qual a mulher era só consumidora, geralmente de artigos domésticos”, lembra. Segundo ela, quando a mulher passou a empreender, enfrentou dificuldades, mas abriu caminho com talento e intuição. “Hoje, há mulheres na liderança de grandes grupos varejistas, mostrando que temos competência e ideias inovadoras para fechar bons negócios e atender a uma clientela cada dia mais exigente”, analisa.
